Porto Alegre - Desde que Ronaldinho explodiu para o mundo, há pouco mais de um ano, o Grêmio não celebra o retorno de um jogador ao time como na tarde deste domingo, às 17h, no estádio Olímpico. Depois de 12 dias e três jogos, Fábio Baiano está de volta contra a Portuguesa.

Com ele, o técnico Celso Roth imagina um maior rendimento de todos os jogadores. E de todos os setores do time, especialmente o ofensivo.

É como se a engrenagem-chave, no caso retirada da máquina por força de lesão, voltasse ao lugar de origem para azeitar o funcionamento do todo. Com Fábio Baiano em campo, em tese, a esperança de vitória é maior. Pelo menos é o que dizem os seus companheiros. Alguns, como Anderson Polga, entendem que até as lides defensivas se aprimoram.

De acordo com o guardião da zaga gremista, diminui a necessidade de Gavião aparecer pelo lado direito do ataque, podendo se preocupar com a parte defensiva. Os zagueiros também gostam. A capacidade de reter a bola no meio-campo e no ataque costuma se refletir diretamente no esforço defensivo de um time: assim, sobram segundos preciosos para as peças se ordenarem na hora de proteger Danrlei.

"Para mim, melhora bastante", diz Polga.

Apesar da felicidade dos jogadores de contenção, é do meio para a frente que se verifica o maior contingente de vivas pela volta de Fábio Baiano. O peso das tarefas de armação e cadência do time sai, pelo menos em parte, das costas de Zinho. Apesar do fôlego ainda invejável do tetracampeão mundial, aos 33 anos é excesso de carga carregar tudo.

"Ajuda. E muito. E o mais importante é que, com o time andando melhor, individualmente cada um aparece mais também", diz Zinho, um dos poucos a se salvar no naufrágio azul diante do Fluminense, no Maracanã.

O único problema é que Fábio Baiano não está 100%. As dores diminuíram, mas no treino de sexta-feira, o meia espalhou anestésico aerosol no tornozelo direito. A dormência ainda tira-lhe parte da sensibilidade na região. Mas nada que o impeça de jogar. É provável que ele não resista os 90 minutos.

"Não sei se dá para agüentar no mesmo ritmo dos outros o tempo todo. São 12 dias sem jogar uma partida e dois dias totalmente parado. É verdade que não estou 100% das minhas condições, mas se entrar em campo, pode contar que vou entrar nas divididas 100%. Nesse assunto, não há como ter termo termo", disse Fábio Baiano.

Na sua última aparição com a camiseta do Grêmio, o meia foi o melhor em campo. Dos seus pés nasceu a vitória fora de casa sobre o Coritiba. Depois, ficou de fora contra o São Paulo, no Gre-Nal e no Maracanã.

"A volta dele é muito importante para a estrutura da nossa equipe", diz o técnico Celso Roth, franzindo as sobrancelhas e remexendo na aba do inseparável boné.

Se vencer neste domingo, bastará ao Grêmio derrotar seus outros quatro adversários em casa, dos nove por enfrentar, para se classificar entre os 12 que passam às oitavas-de-final.

Os motivos para levar o torcedor ao Olímpico nesta tarde de domingo, são, portanto, mais do que justificados. Uma vitória poderá deixar o time entre os 12 na tabela de classificação.

E, claro, há Ronaldinho, sempre uma oportunidade de espetáculo.

Zero Hora