Rio - A imprensa uruguaia não digeriu a
eliminação dos times do país da Copa Mercosul. Depois que Peñarol e Nacional
não obtiveram classificação para a segunda fase, surgiram denúncias de que
juízes poderiam estar recebendo incentivo financeiro para beneficiar clubes
brasileiros e argentinos.
Segundo a imprensa uruguaia o árbitro que apitou o empate de 3 a 3
entre Nacional e Boca Juniors, pelo Grupo D, na última quarta-feira, o
brasileiro Edílson Pereira de Carvalho, estava visivelmente querendo
prejudicar os donos da casa. Os uruguaios garantem que o juiz anulou mal um
gol do Nacional e ainda deixou de marcar dois pênaltis contra os argentinos.
Uma vitória classificaria o Nacional para a segunda fase. O time
chegaria aos 11 pontos e asseguraria uma vaga entre os três melhores
segundos colocados. Como só empatou, foi o Vasco, do Grupo E, que acabou se
classificando. O secretário-geral do Nacional, Walter Rafaelli, não escondeu
sua ira com Edílson Pereira de Carvalho.
“Este juiz não ajudou o Boca, que já estava classificado, mas ao
não marcar os pênaltis, classificou os brasileiros Vasco e Palmeiras e deu
uma grande mão ao Flamengo”, acusou o dirigente.
O tropeço do Nacional se igualou ao de seu maior rival o Peñarol,
que na terça-feira já havia dado adeus à próxima fase, ao ser derrotado por
1 a 0 pelo San Lorenzo, pelo Grupo E. A equipe ficou com oito pontos, atrás
de Atlético-MG, com 13, e Vasco, com dez.
O presidente do Peñarol, José Damiani, insinuou que os jogadores do
San Lorenzo teriam recebido um incentivo extra para conseguir vencer a
partida da última terça-feira. “Soubemos em primeira mão que o vasco estava interessado no
resultado da partida”, afirmou ele.
A eliminação da Mercosul causará aos cofres de Nacional e Peñarol um
prejuízo de quase US$ 500 mil, quantia que recebem as equipes que se
classificam para as quartas-de-final.