São Paulo - O Brasil terá um representante na Agência Mundial Antidoping, entidade criada em novembro para coordenar a luta contra as drogas proibidas que melhoram o desempenho no esporte. Alexandre Teixeira, diretor de Ciências Aplicadas ao Esporte do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (Indesp), assume a representação dia 16, em Oslo, na Noruega.
Conhecida como Wada, sigla que vem do nome em inglês World Anti-Doping Agency, a Agência é presidida pelo canadense Dick Pound, vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) e candidato à sucessão do presidente do organismo, Juan Antonio Samaranch - a eleição será em julho de 2001, em Moscou.
O médico brasileiro Eduardo De Rose, participante ativo do combate ao doping no movimento olímpico, também é integrante da Wada, mas nunca foi um representante formal do Brasil. De Rose é um especialista no assunto. "Ele é um homem do mundo", afirma Alexandre Teixeira, que, no entanto, foi indicado para a Wada pelo médico.
Alexandre vai ser o 10º integrante do Comitê de Padronização e Harmonização de Procedimentos (que cuida da normas antidoping), ao lado de representantes da Austrália, China, França, Japão, Luxemburgo, Noruega, Espanha, Suécia e Estados Unidos. Os outros comitês são de Ética e Educação, Finanças e Administração, Saúde, Médico e de Pesquisa e Legislação.
Na avaliação de Alexandre Teixeira, estar na Wada ajudará o Indesp a desenvolver uma política antidoping para o esporte de elite que o Brasil não tem. A estratégia envolve o Ministério do Esporte e Turismo, que deverá ditar a política e liberar verbas, e a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, para fiscalizar as ações. A idéia é que exista uma diretoria de Combate ao Uso de Drogas no Esporte dentro da Senad, uma legislação específica, lista de controle das substâncias proibidas, ações de combate ao tráfico e consumo, padronização dos exames e das punições a confederações, atletas, técnicos, médicos, etc.