Sydney - Os organizadores das Paraolimpíadas, em Sydney, alertaram os atletas que usam cadeiras de rodas, na terça-feira, para que evitem o truque do cateter que aumenta a adrenalina. A prática pode ser fatal pois quando o cateter usado pelos atletas é fechado pode haver hemorragia cerebral e morte.
Embora não seja muito usado entre os atletas, o grampeamento do cateter é considerado uma situação de emergência nos hospitais, informaram os organizadores. No mecanismo que provoca o reforço, ou disreflexia autônoma, o grampeamento dos cateteres faz a pressão crescer na bexiga e dispara uma elevação nos níveis de adrenalina.
É difícil para os organizadores das Paraolimpíadas fazer testes para verificar se o truque está sendo usado pelos atletas, embora os indicadores sejam pressão sanguínea elevada, pápulas ou suor excessivo.
``Não é possível saber se é deliberado ou não sem examinar os atletas despidos'', disse Michael Riding, do Departamento Médico do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC). O aumento da adrenalina também pode ocorrer espontaneamente em atletas com certos tipos de lesões na espinha.
Conforme Riding, o IPC começou a monitorar a prática antes dos eventos depois que alguns atletas reclamaram que a técnica fazia com que se sentissem fortes dores de cabeça. O Comitê Paraolímpico Europeu (EPC) lançou terça-feira uma campanha para educar os atletas sobre os perigos do doping chamada ``O doping incapacita'', que também é dirigida ao aumento à adrenalina.
Em uma semana problemática para os paraolímpicos, seis atletas foram suspensos por quatro anos depois de serem desclassificados da competição em testes de esteróides e diuréticos. Os testes foram feitos um pouco antes dos jogos de Sydney, abertos em 18 de outubro.
``Certamente tem doping lá'', disse em entrevista coletiva o presidente da EPC, Hans Lindstrom. ``Há muitas pessoas e atletas que fariam qualquer coisa para ter uma medalha nos jogos Paraolímpicos'', disse Lindstrom. ``Doping aleija a mente, o corpo e o espírito''.