Zurique (Suíça) - Com um bolo de 60 velinhas, a direção da FIFA comemorou hoje o aniversário do jogador mais célebre do mundo, Pelé.
"Não poderíamos deixar passar em branco esta data," disse o presidente da FIFA Joseph Blatter, durante a cerimônia da qual participaram também alguns jogadores, entre eles o alemão Franz Beckenbauer, o francês Michel Platini e Roger Milla da República dos Camarões.
Pelé recebeu de presente uma pequena bola de ouro.
"Tenho 60 anos agora" disse sorrindo Pelé, que fez aniversário no dia 23 de outubro. "É maravilhoso ter 60 anos. A idade nunca foi minha inimiga. Pelo contrário, caminho para ela com serenidade", completou o ex-craque, que contou ter recusado proposta de US$ 25 milhões para dirigir uma seleção.
"Estou feliz. Esta é a minha família, a família do futebol," acrescentou o jogador superstar, que ajudou a seleção do Brasil a sair vitoriosa em três Copas do Mundo, em 1958, 1962, e 1970.
Em sua carreira, disputou 1.363 partidas nas quais marcou 1.282 gols. Sua melhor performance foi em 1958, quando marcou 139 vezes.
Falando sobre ele mesmo, Pelé afirmou que acaba de recusar uma oferta de "25 milhões de dólares para levar a seleção de um país à vitória, durante a Copa do Mundo de 2002". Mas nada disse sobre qual seria esse país.
P: Como se sente aos 60 anos?
R: "Fabulosamente bem. Fazer 60 anos é também entrar numa nova juventude. Não posso senão agradecer a Deus por me dar a vida e ter me proporcionado tantas alegrias. As palavras me faltam, mas gostaria de agradecer a todas as pessoas que me ajudaram e as que pagaram ingressos nos estádios para me fazer viver. O futebol de antigamente não é como o de hoje. Não havia contratos publicitários. No entanto, aproveitei".
P: Leão acaba de ser nomeado técnico da seleção do Brasil. O que acaba disso?
R: "Nada sei sobre ele e muito menos como técnico. No Brasil temos grandes técnicos, infelizmente as estruturas não correspondem. Falta profissionalismo; quando se sabe que três técnicos, as três primeiras escolhas recusaram o cargo, isto nos leva a fazer perguntas. No Brasil, é preciso refazer tudo.
P: Então porque não você?
R: "Disse um dia que para mim não está em questão treinar um time ou uma seleção nacional. Acabo de recusar um contrato de 25 milhões de dólares em dois anos, para treinar uma seleção que quer ganhar a Copa do Mundo de 2002" (o Japão, segundo algumas fontes).
P: No Brasil, está sendo acusado de enriquecimento, o que responderia?
R: Não estou preocupado com isto. Sou honesto. No Brasil, todo o mundo pode saber o que tenho e o que ganho. Financeiramente, não tenho nada a esconder. Sei que no Brasil foi formada comissão de inquérito sobre o futebol. Estou tranqüilo. Não existe nada que possa me reprovar".
P: Que pensa sobre a modificação das transferências dos passes na Europa?
R: "É um assunto muito complicado. O problema não é apenas europeu, mas mundial. Concordo, mas para mim é preciso, antes de tudo, proteger os jovens jogadores e enquadrar os managers."
P: E agora?
Q: "Quero viver. Aproveitar a vida, minha vida".