Belo Horizonte - A trajetória olímpica de Adriana Samuel terminou em Sydney. A jogadora não quer estar em Atenas daqui a quatro anos porque deseja concretizar outros objetivos fora do esporte. Um deles é ser mãe.
“Tenho 34 anos, estou casada há seis anos e ainda não tenho um filho. Ainda não sei quando vou tê-lo, mas quero diminuir o ritmo para abrir mais espaço para a minha vida particular. Olimpíada está fora de cogitação", disse.
A atleta pode até optar por não disputar o Circuito Mundial no próximo ano. “Ainda não defini isso. Vou conversar com a Sandra para ter uma posição sobre isso", salienta. Mesmo com Sandra Pires, de 27 anos, querendo participar de sua terceira Olimpíada, Adriana acha possível dar continuidade à dupla por três anos. “Aí pode seguir a história dela. Para jogar Olimpiada não precisa ficar quatro anos com uma parceira".
O surpreendente resultado de ontem, quando perderam o primeiro jogo, por 15 a 13, para Adriano Bento/Giselle - dupla formada recentemente e que, na etapa de Vitória, não passou do qualifying -, é explicado como um reflexo do cansaço gerado por competições importantes como Olimpíadas e Circuito Mundial. “Estamos diminuindo o ritmo, porque o corpo não aguenta. Em Vitória, estávamos fora de ritmo e ficamos em terceiro", justifica.
Família
A família também está em primeiro lugar para Ana Richa. Ela é razão principal para a jogadora deixar o vôlei indoor, onde ganhou dois campeonatos brasileiros e serviu à seleção por 10 anos, e passar para a areia.
“O vôlei de praia fica mais fácil para mim, sendo casada e com dois filhos. Não preciso me dedicar 24 horas, como na quadra. Como não tenho responsabilidade com muita gente, posso escolher os meus horários".
Um bom exemplo disso aconteceu recentemente, quando Ana Richa treinava numa academia e seu filho ligou para o celular, avisando que não teria aula de basquete. “Pude sair e ir para a escola para buscá-lo. Se fosse no vôlei de quadra, nunca poderia fazer isso. O vôlei de praia é uma maneira de fazer uma coisa que gosto sem perder contato com a família", afirma a jogadora de 34 anos, que é parceira de Rejane.
Ana Richa perdeu a parceira Cláudia para Mônica Rodrigues, que estava sem dupla por causa da gravidez de Ana Paula. O melhor resultado no circuito é um terceiro lugar em João Pessoa, no ano passado. “Não tenho qualquer recalque aqui. Passei por tudo que eu poderia e mais um pouco consegui na quadra, como ter participado de duas Olimpíadas, dois Campeonatos Mundiais, além dos campeonatos brasileiros com o Bradesco e o Lufting", avisa.
No jogo em que venceu Jacqueline/Maria, por 14-10, na manhã de ontem, Ana Richa reviveu um confronto com sua “ex-rival" de quadra. “A Imprensa é que gostava de criar esta rivalidade, forçava uma polêmica por sermos levantadoras. Nunca tivemos problema algum e nos damos bem até hoje", garante. As duas jogaram juntas na Seleção Brasileira em 1984 e 1985 e dividiram, uma em cada ano, a titularidade.