São Paulo - O que era um tema de discussão no início do ano em reuniões do Clube dos 13 virou consenso: a criação da Liga de Clubes. Em 2001, ela deverá ser finalmente colocada em prática e a entidade organizará o Campeonato Nacional, que sairá de vez das mãos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Os dirigentes gostaram da experiência de comandar a Copa João Havelange e querem se efetivar na função de ‘fazer’ campeonatos. "A CBF tem de cuidar da seleção brasileira e a Liga é a salvação para o nosso futebol", afirma Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro.
O ‘nascimento’ da Liga é apenas uma questão de tempo, embora o procedimento não seja tão simples. Para que ela tenha legitimidade, precisará ser filiada à CBF. "No Brasil é mais difícil do que em qualquer outro país, porque tem uma grande extensão territorial e conta com 27 federações", conta Fábio Koff, presidente do Clube dos 13.
Essas federações correspondem a colégios eleitorais do futebol e apóiam a CBF e seu presidente, Ricardo Teixeira. "Precisamos de convivência e aproximação com as federações para, aos poucos, conseguirmos nosso objetivo", prosseguiu. "Isso está amadurecendo e perto de acontecer."
Ricardo Teixeira não é um grande empecilho para a criação da Liga, como o próprio Koff pensa. Por isso, não será tão complicado o trabalho de bastidores para a efetivação da idéia. Em conversas reservadas, Teixeira tem dito que "será uma dor de cabeça a menos para a CBF" o fato de não precisar mais organizar o campeonato. Na Europa, por exemplo, a Liga de Clubes é a responsável pela organização dos torneios nacionais.
Embora ainda não tenham discutido detalhes do regulamento do novo Campeonato Brasileiro, os clubes já fazem um esboço de como será a disputa. "Queremos que haja acesso e descenso", garante Koff. O calendário continuará inchado em 2001.
Haverá, no segundo semestre, o mesmo número de jogos dos últimos anos. Apenas o Campeonato Paulista terá uma redução na ‘carga’ de partidas. "Os clubes precisam da receita dos jogos", justifica Koff.