São Paulo - Franco Carraro e Mario Pescante, que foram presidentes do Comitê Olímpico Italiano, o CONI, nos anos 80, contestaram as acusações de parte da imprensa italiana sobre supostas práticas antidesportivas da entidade e defenderam a atuação de Francesco Conconi, suspeito de ocultar exames antidoping positivos.
Pescante enfatizou que se deve dar a Conconi a “oportunidade de se defender – a acusação é uma sentença”. Por sua vez, Carraro informou que, nos anos 80, o CONI manteve um acordo com a Universidade de Ferrara, e que Conconi chegou à escola como reitor, mas esclareceu que o Comitê não teve nenhuma participação nessa indicação. “Eu, como presidente do CONI – explicou Ferrara – não tive nenhum contato direto com eles.”
Já Fabio Maj, especialista em esqui de fundo que participou dos Jogos Olímpicos de Inverno em Nagano/98 e cujo nome aparece entre os atletas que haviam utilizado substâncias dopantes (hormônios para crescimento), declarou-se surpreso. “Não entendo como é que meu nome apareceu nesse caso. Fui uma única vez à Universidade de Ferrara para fazer uns controles obrigatórios para os Jogos de Inverno. Além disso, nem conheço Conconi”, esclareceu.
A acusação contra o CONI se soma ao escândalo ocorrido na Itália, em 14 de outubro, quando o diário Corriere della Sera publicou uma lista de atletas medalhistas de ouro em Sydney que haviam dado positivo durante março e agosto, período em que o CONI realizou exames antidoping para o hormônio de crescimento. Vários atletas tiveram resultado positivo de 30 a 60 vezes acima do que poderia ser considerado normal.
Não-oficiais O problema é que se segue com a hipocrisia dos dirigentes. Para detectar o HGh é preciso realizar exames de sangue, ainda não aprovados pelo Comitê Olímpico Internacional. Foram feitos apenas exames antes da Olimpíada de Sydney, chamados não de antidoping, mas de “controles de saúde” e que não contam oficialmente nas disputas que se seguiriam. Nem seus resultados foram devidamente esclarecidos.