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Popó quer mudar de confederação no boxe
Terça-feira, 31 Outubro de 2000, 11h26

São Paulo - Acelino Popó de Freitas, campeão dos superpenas da Organização Mundial de Boxe, só depende de um pedido oficial para ganhar a condição de primeiro desafiante de Floyd Mayweather, campeão do Conselho Mundial de Boxe.

Nesse caso, Popó teria de renunciar ao título da OMB.

Newton Campos, vice-presidente vitalício do CMB e presidente da Federação Paulista de Pugilismo, voltou da Cidade do México, onde participou da convenção da entidade, certo de que esse seria o melhor caminho para o pugilista baiano. "O Popó tem o respeito dos dirigentes do Conselho. Tem condições de vencer Mayweather e ficar com o cinturão do CMB, que é bem mais importante do que o da OMB", disse Newton.

Popó fará sua 28ª luta profissional em 16 de dezembro na Inglaterra, colocando em jogo o cinturão da OMB, provavelmente contra o inglês Michael Gomez. Será a primeira vez, desde que conquistou o título, que Popó lutará sem o patrocínio da TAM. A empresa aérea não quis renovar contrato, argumentando que a nova estratégia é investir em jovens promessas e não mais em carreiras consolidadas.

Segundo Newton Campos, o Conselho deverá ser mais duro com as entidades que proliferaram no mundo do boxe nos últimos anos, prejudicando a imagem do esporte. "A OMB não é vista como uma entidade esportiva mas como uma reunião de empresários interessados na promoção de lutas." Por isso, o CMB pretende proibir de vez a unificação de títulos entre campeões do CMB e da OMB. A princípio, o CMB só continuaria admitindo unificações com a AMB e FIB.

Representantes da Tailândia, Japão e Coréia do Sul confirmaram no México que esses países não aceitam mais lutas por títulos da OMB. Os dirigentes reunidos no México consideraram que o inglês Prince Naseen Hamed, ex-campeão dos penas, agiu corretamente abdicando do cinturão da OMB.

O CMB, durante a convenção, homologou o novo ranking dos pesados com Mike Tyson, passando do segundo com o primeiro lugar, assim que Lennox Lewis enfrente David Tua, em 11 de novembro. Dessa forma, Tyson garantirá a condição de desafiante do vencedor entre Tua e Lewis. "O Lewis é o favorito e deverá lutar com Tyson no ano que vem. Os empresários dos dois lutadores estavam na reunião e saíram satisfeitos. O Lewis levará uma bolsa de US$ 50 milhões e Tyson, US$ 40 milhões. Uma proposta irrecusável", diz Campos.

O dirigente incluiu quatro lutadores brasileiros no próximo ranking do CMB: o superleve Antônio Mesquita (18º lugar), o leve Edson "Xuxa" Nascimento (em 22º), o cruzador George Arias (em 24º) e o superpena André Nicola (em 30º).

O CMB também homenageou os melhores lutadores de todos os tempos da entidade. O melhor galo foi Éder Jofre, um dos mais aplaudidos na sessão solene.

Jornal da Tarde


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