BH - O lateral argentino Juan Pablo Sorín, de 24 anos, deve ser incumbido pelo técnico cruzeirense Luiz Felipe Scolari de marcar, no jogo desta quarta-feira à noite contra o Palmeiras, pela Copa Mercosul, o paraguaio Arce, considerado um dos jogadores mais perigosos do Alviverde. Sorín, ex-River Plate, chegou no início do ano à equipe mineira, em transferência que custou US$ 5,5 milhões, disputou 41 partidas desde então, marcando três gols, e ajudou o Cruzeiro a conquistar a Copa do Brasil, no primeiro semestre.
Até a tarde desta terça-feira, o argentino, que estaria sendo pretendido pelo Benfica, de Portugal, ainda não havia sido confirmado por Scolari. Sábado, após a goleada de 5 a 1 sobre a Portuguesa, ele deixou o Mineirão reclamando de dores provocadas por uma torção. O jogador, porém, garantiu, no treino, que estava em ótimas condições e que não ficaria fora de um importante compromisso, como o jogo contra o Palmeiras.
"Estou me sentindo bem e a escalação só depende do treinador", afirmou o lateral, Caso Scolari vete Sorín, o que só será definido hoje, o armador Sérgio Manoel será improvisado na posição. Independente de quem for o escolhido, porém, o ala argentino disse estar certo de que Arce deverá receber marcação especial, pois trata-se de "um jogador muito criativo e preciso em passes e finalizações". "Assim como eles têm destaques, também temos e acredito que os dois técnicos estão preocupados", afirmou.
Já Sérgio Manoel preferiu comentar o clima "pesado" que envolve o jogo da quarta-feira à noite. Na partida entre os times, semana passada, em Ipatinga (MG), que terminou sem gols e deu ao Cruzeiro o primeiro lugar no grupo B da primeira fase da Mercosul, atletas palmeirenses deixaram o campo reclamando de "humilhações" do adversário. Paulo Turra, por exemplo, afirmou, depois de ser expulso, que jogadores do Cruzeiro teriam se gabado de receber melhores salários que os adversários.
"Ninguém está tomando conhecimento sobre essa conversa de que nós teríamos humilhados os jogadores do Palmeiras", disse o armador. "Acho isso tudo muito engraçado, pois desde o nosso primeiro confronto na temporada (2 a 0 para o Cruzeiro, em São Paulo, pela primeira fase da Copa Mercosul) são eles que estão nos ameaçando e jogando com deslealdade", acrescentou.
Também o técnico Luiz Felipe Scolari se disse surpreso com as declarações dos palmeirenses.
"O Paulo Turra não sabe o que está falando, porque se ele for olhar o contra-cheque de dez jogadores que jogam ao seu lado, vai ver que a soma equivale aos contra-cheques de 15 que jogam no Cruzeiro", disse. "Isso é guerra psicológica, de nervos, e não vamos entrar nela."