São Paulo - O Super Surfe chega hoje a seu fim, na Praia da Vila, em Imbituba, Santa Catarina. Depois de sete meses e seis etapas, surfistas e organização estão satisfeitos com o resultado. Das alterações programadas para a próxima temporada, a principal é o aumento de 20% na premiação para valorizar a competição e incentivar a participação dos atletas.
Patrick Goffaux, diretor-superintendente da Abril Eventos, organizadora da competição, afirmou que os prejuízos com o campeonato foram maiores do que o esperado, mas para o próximo ano o foco será mais comercial. "Queríamos neste primeiro ano deixar os surfistas satisfeitos, o que conseguimos. Na próxima temporada teremos novas parcerias, será mesmo agressivamente comercial."
O programa de tevê Super Surf passará a fazer parte da programação da MTV.
Por que a MTV? "Porque o público que assiste à MTV é o mesmo que gosta de surfe. Além disso, alguns de nossos parceiros já perguntavam sobre essa mudança", afirmou Goffaux. E, analisando os resultados, ponderou: "Tivemos acertos e erros. O erro foi superestimar as cotas de patrocínio. Por outro lado, aprendemos a montar a estrutura para um campeonato como esse."
Novo calendário - A preocupação dos surfistas com o calendário, que coincidiu com etapas internacionais do World Qualifying Series (WQS) e WCT deverá ser resolvida. Goffaux explicou que o calendário do próximo ano será feito de forma a permitir a participação dos surfistas em todas as etapas, sem prejuízo das internacionais.
O formato da competição, que mudou radicalmente e agradou aos surfistas, continuará o mesmo. Peterson Rosa, um dos destaques da competição, assinala:
"Antes não havia divisão entre WQS - categoria que dá acesso ao WCT, a elite mundial do surfe - e Campeonato Brasileiro. Também não existiam as baterias homem-a-homem, que agora temos. Esse tipo de bateria deixa a gente mais preparado para competir lá fora."
Tita Tavares, representante brasileira no WCT, terceira no ranking nacional, acha que com essa competição o surfe está crescendo: "Há uns dois anos havia cinco ou seis meninas competindo. Agora são 16 e espero vê-las competindo lá fora."
Segundo Roberto Perdigão, diretor-executivo da Associação Brasileira de Surfe Profissional (Abrasp), este foi o ano de ouro do surfe. "Temos o Armando Daltro e a Tita prestes a conquistar o WQS. O Super Surfe superou as expectativas, foi a melhor competição desde que a Abrasp surgiu, há 15 anos.
O evento foi organizado para surfistas profissionais e isso fez diferença. E o aumento da premiação estimula o atleta que pode encarar campeonatos lá fora."
Quanto ao aumento da premiação, Tita está satisfeita: "Os prêmios em dinheiro valorizam nosso esporte, que é arriscado e merece reconhecimento."
Fábio Gouveia, apesar de satisfeito, gostaria que o prêmio não tivesse o desconto de impostos, o que diminui muito a premiação.