Rio - O fracasso da natação brasileira em Sydney foi superado, em parte, pelo sucesso da equipe na 1ª etapa da Copa do Mundo 2000/2001, disputada neste final de semana, no Parque Aquático Júlio de Lamare, no Maracanã, zona norte. Os nadadores brasileiros conquistaram 41 medalhas, sendo 11 de ouro, 12 de prata e 18 de bronze. A meta de todos, agora, é obter o índice para o Mundial de Fukuoka, no Japão, em julho, durante o Troféu Brasil, previsto para dezembro, na piscina do Corinthians, em São Paulo.
Gustavo Borges com o tempo de 1min47s81, e Edvaldo Valério, 1min48s28, fizeram a dobradinha brasileira na prova de 200m nado livre. Festejando a vitória, Borges considerou que talvez tenha sido um erro ter deixado de treinar para esta prova e se dedicar somente aos 100 m.
Na prova de 50 m, livres, o australiano David Jenkins superou os brasileiros com a marca de 22s24. Rafael Thuin terminou em segundo e dividiram o terceiro lugar Valério e Nicholas dos Santos. Jenkins, que no sábado, após vencer os 100 m, livres, disse ser admirador de Borges, revelou ter ganho mais confiança com o feito. "Por isso, foi fácil vencer a disputa dos 50m", afirmou.
No tira-teima entre Eduardo Fisher e o canadense Morgan Kanabe, o brasileiro levou a melhor. Os dois tinham empatado na primeira colocação dos 50 m nado peito e, na disputa dos 100 m, da mesma modalidade, Fischer marcou 1min01s38 e o superou por 17 centésimos. Para justificar a derrota, o canadense disse que estava passando mal, consequência de uma noitada, no sábado.
Entre Luiz Lima e o americano Robert Margalis, também deu Brasil. Após empatarem nos 400 m, o brasileiro foi o melhor na prova de 1500 m, livres, com o tempo de 15min14s57. O nadador brasileiro revelou que poderá mudar de estilo nas próximas olimpíadas, passando a competir em provas de mar aberto.
No último dia de competição, Alexandre Massura e Monique Ferreira foram os responsáveis pela superação dos recordes sul-americano e brasileiro nas provas de 50 m, costas, e 400 m, livres, respectivamente. No total, foram estabelecidas nove novas marcas sul-americanas e dez brasileiras.
Com o tempo de 24s73, Massura foi o protagonista de um momento de grande emoção. No final da prova, ao bater na borda, o placar eletrônico registrou a oitava posição para o nadador, com o tempo de 26s, erro que foi corrigido em seguida. "Levei um grande susto ao ver o primeiro tempo; isso aconteceu para dar mais emoção." Depois de Massura, foi a vez de Monique Ferreira emocionar os poucos torcedores presentes, em sua maioria parentes dos atletas, ao estabelecer a marca de 4min11s35, e ficar em segunda, na prova dos 400 m, livres. A nadadora melhorou em 1s22 o recorde estabelecido, no sábado, por Nayara Ribeiro, que ontem, terminou em terceiro, 4min13s65.
A prova foi vencida pela americana Cristina Teuscher, com o tempo de 4min9s81, que foi eleita a atleta com melhor índice técnico. O croata Gordan Kovulj ficou com o título no masculino.
O russo Denis Pankratov ficou com as medalhas de ouro nos 100 m borboleta e, prata, nos 50 m da mesma modalidade. Apesar de satisfeito com os resultados, o russo alertou que, com esses tempos, provavelmente não chegará nem às finais das etapas européias e, por isso, precisa melhorar. Se Pankratov estiver correto, os nadadores brasileiros ainda terão muito o que evoluir para, pelo menos, voltarem a conseguir boas marcas na natação mundial. Principalmente, porque os principais nomes internacionais estiveram ausentes nesta primeira etapa.
Ao término das disputas, a nadadora Fabiana Sujimori, de 19 anos, medalha de ouro na prova de 50 m nado livre, nas paraolimpíadas de Sydney, foi homenageada por todos os atletas olímpicos. Fabiana nadou acompanhada pelas principais estrelas da natação brasileira e, emocionada, disse que está já está treinando para o pan-americano, de 2001, na Carolina do Sul, EUA. No quadro de medalhas, a China terminou em segundo com quatro de ouro e quatro de prata. Em terceiro, ficou a Austrália com quatro de ouro, duas de prata e quatro de bronze.