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Bernardinho diz que time masculino tem que melhorar muito
Terça-feira, 14 Novembro de 2000, 21h52

Rio – Dedicado, o treinador Bernardinho afirmou que vai começar, imediatamente, a analisar jogos do vôlei masculino, que, segundo ele, é mais competitivo do que o feminino. Isto porque, entre os homens, existem mais equipes disputando as primeiras posições. "Um exemplo disto é a Iugoslávia, que surpreendeu com o ouro (na Olimpíada de Sydney)".

Para Bernardinho, o Brasil está abaixo das principais seleções mundiais em alguns fundamentos, como defesa e bloqueio. "Mas precisamos melhorar em todos os itens para chegarmos juntos aos tops de linha", observou. O objetivo de Bernardinho é que a seleção masculina consiga estar no pódio em todas as competições que disputar. Para isso, o treinador tem alguns planos, que foram discutidos nesta terça-feira com o presidente da CBV, Ary Graça. Entre os projetos estudados, está a reunião de seleções adulta e juvenil, para dar experiência aos mais jovens.

Ainda não foi definido onde os homens treinarão, mas não deve haver um local fixo. "Escolherei o melhor local, independentemente de onde for." Apesar de pregar a renovação, Bernardinho garantiu que não vai priorizar a convocação de jovens. "Vou chamar sempre os melhores, sem pensar em idade", explicou. "Mas, principalmente, quero jogadores que estejam dispostos a pagar qualquer preço para vencer. Isto é o mínimo que eu exigo."

A estréia de Bernardinho no comando da equipe masculina será na Liga Mundial de 2001, que começa em maio. Em fevereiro, ele fará uma pré-convocação para a competição. Ele deu algumas indicações dos nomes que estarão na lista. "No momento, Maurício continua a ser o melhor levantador brasileiro. Dante e Gustavo são grandes promessas."

Após uma novela que se arrastava desde o fim da Olimpíada de Sydney, o técnico Bernardinho anunciou nesta terça-feira que vai dirigir a seleção masculina de vôlei, deixando a equipe feminina.

Ao justificar a sua opção por abandonar um trabalho de sete anos com as mulheres e aceitar o convite da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), o treinador afirmou que "agiu com a razão e não com o coração" quando tomou a decisão.

"Neste momento, estou triste por causa da ligação que tinha com elas, mas pensei antes de encarar este novo desafio. A pior coisa é o arrependimento e não sei se teria um convite mais a frente", explicou Bernardinho, lembrando que houve uma sondagem para que ele assumisse a equipe masculina em 1996, após a Olimpíada de Atlanta, que acabou não se concretizando.

Bernardinho promete manter, no comando da equipe masculina, o estilo duro pelo qual ficou caracterizado na seleção feminina. "Serei exigente sem ser intransigente. Mas, vou contratar seguranças para dar bronca", brincou, se referindo ao tamanho dos atletas do masculino.

Para o treinador, a mudança também será benéfica para as mulheres. "Será uma forma diferente de trabalho para elas, o que deve trazer nova motivação." A CBV só deve definir o novo técnico do feminino em abril, sendo que Bernardinho deu algumas indicações. "Citei vários nomes", despistou.

Uma coisa é certa, dificilmente Chico Santos assumirá o cargo. Ele continuará como auxiliar de Bernardinho, pelo menos até abril, sendo o responsável por observar os jogos da Superliga masculina. Isto porque o treinador permanece no comando da equipe do Rexona nos próximos seis meses. "Vou priorizar, neste momento, o trabalho no Rexona." Outro que deve fazer parte da comissão técnica, como supervisor, é o ex-jogador Renan. Montanaro, por sua vez, deve auxiliar de forma indireta. "São dois grandes amigos e quero contar com eles", revelou o treinador.

Esta será primeira vez que Bernardinho dirige uma equipe de ponta no masculino, pois antes tinha trabalhado apenas como subordinado a outros treinadores. Como auxiliar de Bebeto de Freitas, ele esteve no Modena, da Itália, e na própria seleção brasileira. Ao lado de outros técnicos estrangeiros - Velasco e Platonov -, Bebeto é a referência para Bernardinho no comando de seleção masculinas. Zé Roberto Guimarães, medalha de ouro em Barcelona/92, também foi citado como exemplo por ele.

Agência Estado


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