Nova York - Se alguma pessoa conhecida do pivô Patrick Ewing sabe o que o ex-jogador do New York Knicks está passando nos últimos meses na NBA, ela é Charles Barkley, integrante do Dream Team que comoveu o mundo em Barcelona, em 1992.
Barkley, sempre franco, deu o seguinte conselho ao veterano pivô do Seattle Supersonics: "Encerre a carreira após o fim desta temporada".
O ex-jogador fala com experiência. De tanto sofrer com seguidas contusões, Barkley trocou as quadras na última temporada pela cadeira de comentarista de basquete do canal Turner Sports. "Para um atleta que detestava perder nos 15 anos em que defendeu os Knicks, a situação de Ewing agora é delicada", comenta. "Ele está numa fase ruim de sua carreira, jogando num time sem grandes ambições no torneio."
Para Barkley, o que mais preocupa é o fato de alguns jogadores não saberem o momento certo de parar. "Não há um sujeito melhor do que ele por aí, mas é detestável ver caras jogando quando começam a decair", afirma. "Ele está competindo consigo mesmo, mas não lhe resta outro rumo exceto a decadência."
O ex-ala do Philadelphia, Phoenix e Houston acha que vai ser impossível para Ewing se adaptar. "O time vai perder e ele nunca vai aceitar", diz. "Talvez seja mais frustrante porque ele não pode fazer nada para mudar a situação."
Entre uma conversa sobre política, jovens jogadores superpagos, seu jogo de golfe e a recente disputa do fenômeno Tiger Woods no PGA Tour, Barkley também fez críticas à diretoria dos Knicks. "Achei que eles trataram Patrick muito mal", comenta. "Ele foi o maior jogador do time em todos os tempos e não gostei do modo como eles trataram a situação", prossegue. "Passei pela mesma coisa em Phoenix e é duro perceber que você não tem mais a mesma importância para o time."