Rio - Embalada pela vitória no SuperSurf de
Imbituba (SC), a catarinense Jacqueline Silva embarcou para o Havaí e não
perdeu nenhuma bateria nas ondas de 1,5 metro de altura do Alli Beach Park
de Haleiwa, sagrando-se a grande campeã da versão feminina do G-Shock
Hawaiian Pro, na Ilha de Oahu, no Havaí. Apesar das vitórias nas últimas
etapas, Jacque Silva, 21 anos, não conseguiu impedir que a cearense Tita
Tavares ficasse com os títulos dos dois circuitos, sendo campeã brasileira
do SuperSurf e também com outro inédito troféu de campeã mundial do World
Qualifying Series (WQS).
Este é o segundo título mundial que o Brasil conquista no Havaí,
pois o carioca Pedro Henrique já havia sido campeão na categoria pro júnior
da ASP. Agora, a briga é pelo título mundial masculino do WQS, que tem o
baiano Armando Daltro e o potiguar Marcelo Nunes na ponta, mas os homens
folgaram no sábado de glórias para o surfe feminino do Brasil no Havaí.
A vitória de Jacqueline Silva no G-Shock Hawaiian Pro foi mais
do que merecida. Ela estreou registrando uma imbatível marca de 18,50 pontos
em suas três melhores ondas surfadas na segunda rodada. E na grande final,
abriu a disputa do título com uma nota 7,75 e liderou praticamente toda a
bateria.
A australiana Lynette MacKenzie ainda assumiu a ponta quando
faltavam 10 minutos para o término, mas Jacque recuperou a liderança com uma
nota 5,5 e a sul-africana Heather Clark ganhou a disputa pela segunda
posição ao tirar uma nota 7 nos minutos finais.
O placar apontou a vitória para Jacqueline Silva por 18,00
pontos, contra 16,85 pontos de Heather Clark, 15,10 pontos de MacKenzie e
11,30 pontos da também australiana Pauline Menczer. O título conquistado
contra três surfistas da elite mundial do WCT feminino lhe rendeu um prêmio
de US$ 4 mil, cerca de R$ 7,8 mil.
“Eu me senti muito bem no sábado, desde que acordei. Acho que já
sabia que ia ser o meu dia. Sei que é muito difícil um brasileiro vencer no
Havaí, ainda mais uma mulher ser campeã aqui é muito mais maravilhoso. Não
tenho nem palavras para expressar toda a alegria que estou sentindo”,
declarou Jacqueline Silva, que já havia garantido o seu retorno à elite das
15 surfistas que irão disputar o título mundial no ASP World Championshio
Tour (WCT) feminino no ano que vem.
Mesmo sendo derrotada nas quartas-de-final pelas australianas
Melanie Redman e Kate Skarratt, a cearense Tita Tavares não foi ultrapassada
pela campeã Jacqueline Silva. Graças às vitórias conquistadas nas duas
provas de nível máximo de 6 estrelas - na África do Sul e nos Estados Unidos
- ela abriu uma grande vantagem e pôde comemorar um inédito título do WQS
feminino para o Brasil. As duas estarão representando o país na elite
mundial feminina em 2001 e provaram mais uma vez que têm chances de brigar
pelo título máximo do esporte no WCT.
“Sofri bastante competindo sozinha contra as australianas neste
ano, mas tenho certeza que com a Jacque junto de novo no ano que vem teremos
mais força para brigar por este título”, disse Tita Tavares, que ocupa a
quarta colocação neste ranking e estará disputando a última etapa, em Sunset
Beach, tentando melhorar ainda mais a sua posição nesta que está sendo a sua
segunda temporada no WCT.
Ranking Final da WQS Feminino:
1º) Tita Tavares (Brasil) - 8.010 pontos
2º) Jacqueline Silva (Brasil) = 7.715 pontos
3º) Lynette Mackenzie (Austrália) - 7.348 pontos
4º) Heather Clark (África do Sul) - 6.585 pontos
5º) Neridah Falconer (Austrália) - 6.423 pontos
6º) Serena Brooke (Austrália) - 6.415 pontos
7º) Melaine Redman (Austrália) - 6.228 pontos
8º) Pauline Menczer (Austrália) - 6.215 pontos
9º) Kylie Webb (Austrália) - 5.670 pontos
10º) Prue Jeffries (Austrália) - 5.645 pontos
11º) Kate Skarratt (Austrália) - 5.605 pontos
12º) Samantha Cornish (Austrália) - 5.396 pontos
13º) Trudy Todd (Austrália) - 5.316 pontos
14º) Marie Pierre Abgrall (França) - 5.140 pontos
15º) Belinda Godfrey (Austrália) - 5.138 pontos
16º) Megan Abubo (Havaí) - 4.980 pontos