Rio - A exemplo do que ocorre com o futebol, o atletismo brasileiro também terá sua seleção permanente de juvenis e menores a partir do próximo ano. Essa foi uma das decisões tomadas pelo Conselho Técnico da Confederação Brasileira de Atletismo reunido durante toda a semana passada, em Manaus.

"Tanto que já serão automaticamente convocados todos os atletas que participaram do Campeonato Mundial Juvenil, em Santiago, explicou o técnico Carlos Alberto Cavalheiro, um dos membros da comissão."

A seleção permanente de atletismo terá, entre outras vantagens, a possibilidade de participar dos campi de treinamento que serão realizados no Brasil e no exterior. Para isso, técnicos e atletas serão convidados a realizar intercâmbios em competições nos centros de atletismo mais desenvolvidos.

Além disso, os atletas convocados terão assistência médico-odontológica, acompanhamento técnico e material de treinamento.

"Só não receberá dinheiro. As vantagens serão apenas apoio material e psicológico", diz Cavalheiro.

Mas os convocados para a seleção permanente não terão apenas vantagens. Desde que forem incluídos na relação de beneficiados, passarão a ser acompanhados de perto pelos treinadores da CBAt, especialmente os professores José Loureiro Gomes Arataca, João Paulo Alves da Cunha e Ricardo D'Ângelo.

"Aquele que não estiver correspondendo tecnicamente ou deixando de comparecer às competições, será afastado da seleção", diz João Paulo.

Outra decisão do Conselho foi a criação do Campeonato Brasileiro Intermediário. Essa competição, reunindo atletas até 22 anos, suprirá uma laguna que vinha prejudicando o atletismo brasileiro. Ao passar de juvenil para adulto, o atleta acabava se desmotivando pelos resultados negativos iniciais.

"Isso é muito comum. Ao mudar de classe, o atleta passa a competir com atletas mais bem preparados e, evidentemente, demora a conseguir bons resultados. Com a nova competição, esse problema deve acabar", diz Carlos Alberto Cavalheiro.

A pontuação por clube nos Campeonatos Brasileiros também foi outra medida importante tomada pelo Conselho da CBAt. Ao contrário do que vinha ocorrendo, quando a pontuação era feita por Estados, agora será o clube que contará pontos na competição nacional. Com isso, os clubes terão mais incentivo para investir no esporte, pois terão mais retorno de mídia durante as competições.

A criação dos centros regionais de atletismo também foi decidida pelo Conselho Técnico. Serão cinco centros no total. O primeiro, que funcionará como centro nacional, será o de Manaus, com base na Vila Olímpica Umberto Calderaro Filho. Os outro quatro centros serão assim distribuídos: um no Sul, em São Caetano; um no Nordeste, em Natal ou Recife; um no Rio de Janeiro; e outro em São Paulo, na cidade de Presidente Prudente.

Esses centros, já a partir de 2001, servirão de sede para os campis a serem realizados como base na preparação de atletas. Dois deles já estão confirmados pela CBAt: o primeiro, em Manaus, de 14 de janeiro a 18 de fevereiro, e o segundo no Rio de Janeiro, de 1 a 18 de março. Em Manaus serão trabalhados velocidade, salto em distância, salto triplo, lançamento do martelo e provas combinadas. No Rio, provas com barreiras, salto em altura, salto com vara, arremesso do peso e arremesso do disco.

Ainda entre outras decisões tomadas pelo Conselho está a programação de clinicas de atletismo no Rio de Janeiro. Para ministrar palestras e cursos, serão convidados treinadores de renome internacional, como o ucraniano Sergei Bubka, o russo Yuri Siedik e o norte-americano John Smith.

O Conselho Técnico da CBAt é composto pelos professores Pedro Henrique Camargo de Toledo, João Paulo Alves da Cunha, Ricardo Antônio D'Ângelo, Carlos Alberto Cavalheiro, José Haroldo Loureiro Arataca, Adriano Maron Leitão, José dos Santos Figueiredo e Warlindo Carneiro da Silva Filho.

L! Sportpress