Rio - A presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Adrienne Giannetti Senna, prestou depoimento na CPI do Senado que investiga irregularidades no futebol brasileiro e afirmou que a venda de jogadores com preços superfaturados e a grande movimentação de recursos destinados a patrocínio de clubes ou eventos esportivos podem representar lavagem de dinheiro.
"Os contratos superfaturados é um indício de entrada de dinheiro sujo no sistema financeiro nacional", disse Adrienne.
Apesar da afirmação, Adrienne garantiu que desde que o Coaf foi criado, em 1998, nunca recebeu qualquer tipo de denúncia de jogadores ou dirigentes envolvidos com lavagem de dinheiro. O Coaf é um órgão do Governo Federal criado para investigar crimes de lavagem de dinheiro. Adrienne acredita que com a instalação da CPI, o Coaf poderá começar a receber denúncias neste sentido.
Em relação a irregularidades nos bingos, Adrienne contou que no período que vai de agosto de 1999 a agosto de 2000, o Coaf recebeu 2.490 telefonemas com denúncias sobre o caso. O órgão selecionou 1.248 telefonemas e as investigações sobre 11 pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro por intermédio de bingos estão bem adiantadas. Das mais de 1.000 casas de bingo existentes no país, apenas 14 são registradas. Em fase de legalização estão mais 160 estabelecimentos.