São Paulo - Apesar de Vampeta ter iniciado recentemente os primeiros contatos com a diretoria do Corinthians, para tentar voltar ao Parque São Jorge, Reinaldo Pitta - um de seus dois empresários - afirmou ontem que o sonho do craque está muito distante de se tornar realidade.

"No momento esta possibilidade está totalmente descartada. O Vampeta tem um contrato com a Inter de Milão e precisa respeitá-lo", comentou Pitta, temendo que um retorno precipitado do volante ao futebol brasileiro prejudique a sua credibilidade junto aos italianos. "Fechamos um negócio de US$ 15 milhões há dois meses. Eu não teria a cara-de-pau de chegar agora e pedir aos italianos que o jogador seja emprestado ao Corinthians ou a qualquer outro clube do Brasil."

O empresário - que também cuida da carreira de Ronaldinho -, no entanto, entende que a situação pode se reverter ainda no primeiro semestre de 2001, já que, por enquanto, o Corinthians, eliminado da Copa João Havelange, não tem nenhum compromisso pela frente.

"É claro que o Vampeta não pode ficar sem jogar. Se realmente não houver uma adaptação ao país ou à equipe, o que acho muito difícil acontecer, eu e meu sócio, Alexandre Martins, iremos procurar o melhor para ele", disse. "Tenho um excelente relacionamento com o José Roberto Guimarães, da Hicks Muse, e com o Carlos Nujud, diretor do Corinthians, mas esta é uma possibilidade que só pode ser conversada daqui a uns três meses, pelo menos."

Outra preocupação de Reinaldo Pitta foi acabar com os boatos de que a Inter de Milão estaria devendo dinheiro para o Corinthians. "Isso é notícia plantada por gente irresponsável. Foram acordadas três parcelas de US$ 5 milhões. Duas já foram pagas e a terceira ainda não venceu. Além do mais, é uma promissória que chegou ao Brasil com garantia bancária."

Prazo ainda vale - Já treinando em Milão, Vampeta continua se mostrando irredutível com relação ao prazo estipulado para ganhar uma vaga entre os titulares da Inter, contrariando o discurso de seu empresário.

"Se isto não acontecer até meados de dezembro, vou pedir para ser negociado. Sei que jamais terei no Brasil um salário igual ao da Inter, mas dinheiro não é tudo na vida. Quero me preparar dentro de campo para disputar a próxima Copa do Mundo", discursou. Vampeta não quis confirmar que permaneceu alguns dias em São Paulo, após o jogo da Seleção Brasileira com a Colômbia, para tratar de sua volta ao Corinthians. "O Roque Citadini (vice-presidente) me telefonou apenas uma vez, quando eu já havia retornado à Itália. Conversamos rapidamente e por enquanto não existe nenhum compromisso firmado", salientou. "Mas é claro que a minha preferência seria pelo Corinthians, um clube onde tenho uma história, com muitos títulos conquistados."

Jornal da Tarde