Rio - A Vasco da Gama Licenciamentos S/A (VascoLic), empresa que administra a marca Vasco, apresentou um prejuízo de R$ 2,807 milhões no período entre março de 1998 e março de 1999, seu primeiro ano de funcionamento. Durante esta época, a empresa teria enviado mais de R$ 18 milhões ao exterior por meio de contas CC5.
O prejuízo no período está registrado no balanço da VascoLic consta Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia governamental responsável por fiscalizar as empresas abertas. A VascoLic obteve uma Receita Bruta de R$ 6,136 milhões, a maior parte proveniente da venda de direitos de transmissãos dos jogos do Vasco. Foram cerca de R$ 5 milhões gerados em 98, e pouco mais de R$ 1 milhão no primeiro trimestre do ano seguinte. Este montante não foi suficiente, porém, para cobrir as despesas, que chegaram a R$ 9,043 milhões.
Criada em março de 98, juntamente com a parceria entre o clube e o Bank of America, a VascoLic é controlada pela Deportes Sports Holdings Limited, empresa com sede nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal, como revelou a Agência Estado. A empresa caribenha detém 99,6% das ações da companhia, obtidas quatro meses após a criação da VascoLic, administrada por executivos ligados ao banco.
Depois de alterações no contrato de parceria, a VascoLic passou a ter os direitos de transmissão de televisão e de bilheteria dos jogos, da imagem do Vasco, e de exploração puclicitária do Estádio de São Januário. Ou seja, a maior parte dos rendimentos do clube. Mesmo assim, o presidente eleito do Vasco, Eurico Miranda, garante que a empresa não tem relação com o clube.
Por contrato, está estabelecido que o clube recebe metade do dinheiro aferido pela empresa.
Em 1999, este valor chegou a cerca de R$ 10 milhões e, de janeiro a julho deste ano, o clube recebeu em torno de R$ 6,5 milhões. Eurico afirma que Vasco recebe, por ano, uma cota mínima de U$S 20 milhões, o correpondente a R$ 40 milhões. Ele não explicou como este dinheiro chega aos cofres do clube.