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Jackson nega que seja ‘gato’
Quarta-feira, 29 Novembro de 2000, 21h31

São Paulo - O jogador Jackson garantiu nesta quinta-feira, por meio do assessor de Imprensa do Cruzeiro, clube onde joga, Valdir Barbosa, que tem 27 anos de idade. Na terça-feira, o médico e ex-dirigente do Moto Clube, Antônio José Cassas de Lima, confessou à CPI da Nike que assinou uma ficha de inscrição do atleta com data de nascimento alterada. Jackson está em Porto Alegre, onde seu time joga contra o Internacional pela Copa João Havelange.

"Quem acusa é que deve provar", afirmou Jackson, por meio de Valdir Barbosa. O jogador assegurou que sua data de nascimento correta é 23 de julho de 1973. O deputado Eduardo Campos (PSB-PE) exibiu na CPI cópias da certidão de nascimento de Jackson com data de julho de 1977. Jackson relembrou que a polêmica sobre sua idade já havia sido levantada anteriormente em São Paulo, na época em que atuava pelo Palmeiras.

Kléber, do Atlético-PR, também foi citado na CPI. Segundo documento em posse de Eduardo Campos, a certidão de nascimento do jogador é de 13 de novembro de 1975, mas na ficha em que requisitou passaporte consta a data de aniversário como agosto de 1978.

Em 1997, Kléber quase foi levado para o exterior portando documento falso, quando estava no Moto Clube.

Em razão disso, foi indiciado na Polícia Federal por falsidade ideológica (artigo 299 do Código Penal) e uso de documento falso (artigo 304). Hoje, em Curitiba, ele não respondeu aos recados deixados em seu telefone celular. Na única vez em que atendeu o telefone disse que estava muito ocupado e pediu para ligar mais tarde. Não atendeu mais. A denúncia sobre o documento falso, em que a idade de Kléber foi reduzida e o nome alterado para Klebernilson, foi divulgada em março. Na época, o jogador disse que teria sido envolvido no caso por um "empresário sacana’’ que queria levá-lo para a França. "Desde então, venho prestando depoimento na Polícia Federal e esclarecendo que não tenho culpa’’, disse.

Segundo ele, em 1997 foi procurado por um empresário chamado Roberto Gambaster. De acordo com entrevista dada por Kléber em março, Gambaster teria acertado tudo com o Moto Clube e pediu-lhe apenas que entregasse os documentos para a confecção do passaporte. Ele deu a certidão de nascimento e a carteira de identidade.

"Só que um dia antes do embarque para a França vi no passaporte que o meu nome estava adulterado para Klebernilson’’, disse o jogador. "Comuniquei imediatamente à diretoria do Moto Clube, que também não sabia do cambalacho e avisou à Polícia Federal.’’ Ele afirmou que, geralmente uma vez por ano, precisa ir à PF para "responder às mesmas perguntas’’.

Casos famosos - O técnico Wanderley Luxemburgo também é personagem nos casos dos "gatos" no futebol brasileiro. Nascido em 10 de maio de 1952, ele teve seu ano de nascimento mudado para 1955. Luxemburgo assumiu a alteração e disse que a fraude foi feita por um olheiro do Botafogo, conhecido como Neca.

Outro dos casos envolveu Sandro Hiroshi, do São Paulo. O jogador teve alterada a data de nascimento em seus documentos, de 19 de outubro de 1979 para 1980, para poder participar da peneira do Rio Branco-SP, em 1995. O atacante foi suspenso por seis meses.

Agência Estado


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