São Paulo - O Santos saiu decepcionado de mais uma tentativa de contratação do novo técnico. O vice-presidente Norberto Moreira da Silva chegou a oferecer salários mensais de R$ 60 mil, por um ano de contrato, a Hélio dos Anjos, que considerou a proposta "muito vazia" e preferiu continuar discutindo a renovação com o Goiás, onde ganhava R$ 70 mil por mês até a desclassificação do time na Copa João Havelange. Agora restam Serginho Chulapa, o preferido de boa parte da torcida santista, e Jair Picerni, do São Caetano.
A primeira idéia da diretoria era contratar Cabralzinho para ser gerente e Serginho Chulapa para técnico. Depois, houve um acerto verbal para o ex-centroavante ser apenas auxiliar do técnico a ser contratado. O time também tentou acertar antes com Nelsinho Baptista, que preferiu permanecer na Ponte Preta.
Agora, com poucas opções, os dirigentes até admitem, novamente a possibilidade de Serginho ser o técnico. Uma parte da Diretoria é favorável à contratação de Formiga para técnico e de Serginho para ser o seu auxiliar.
"Há necessidade de enxugarmos as despesas para evitar que o clube entre em colapso", afirmou o presidente Marcelo Teixeira, justificando as baixas ofertas que vem fazendo aos técnicos. Cabralzinho, por exemplo, preferiu continuar cumprindo a cota de sacrifício de sua carreira nos Emirados Árabes, onde já trabalha há cinco anos, a aceitar um salário de R$ 30 mil por mês no Santos.
O dirigente explicou que a maioria dos integrantes do Clube dos Treze atravessa dificuldades financeiras e que em recente reunião houve um acordo para que todos passassem a trabalhar dentro de um movimento para baixar os níveis salariais de jogadores e técnicos. A nova postura de Teixeira explica a estranha saída de Carlos Alberto Parreira, que, pouco antes de se reunir com os dirigentes na Vila Belmiro, mostrava-se entusiasmado com a possibilidade de ser contratado para ser o gerente-geral do futebol do Santos.
Também está difícil o Santos encontrar o profissional certo para ser o gerente de futebol, após a recusa de Parreira. Comenta-se que os candidatos ao cargo seriam Luís Henrique Menezes, João Paulo Medina e Renê Simões.
O preferido do presidente era José Carlos Brunoro, que alegou falta de tempo para trabalhar no Santos e chegou a sugerir o nome de um funcionário de sua empresa para o cargo e aí foi a vez do dirigente recusar. Depois de contratar o gerente e o novo técnico, o clube vai começar os cortes no elenco. Carlos Germano Valdo, Rincón, Dodô e Caio encabeçam uma longa lista. Edmundo será mantido para o Campeonato Paulista por exigência de Eduardo José Farah, que ajudou o Santos, com dinheiro da FPF, no pagamento do empréstimo do jogador. O atacante ganha R$ 400 mil por mês, dez vezes o que deve ser pago ao futuro técnico.
O procurador de Caio, Fernando César, negou, hoje, que o jogador pretende comprar o seu passe. "Ao contrário: quando voltou do Flamengo, Caio teve a parte do passe que lhe pertencia comprado pelo Santos", disse o empresário. O atacante ganha R$ 200 mil por mês.