São Paulo - Como número 1 do mundo, o brasileiro Gustavo Kuerten passa a ser um dos tenistas mais cobiçados do circuito profissional. Em todos os grandes torneios sua participação será imprescindível. Imagine, por exemplo, um Grand Slam sem a presença do cabeça-de-chave número 1. Enfim, o nome Guga vale hoje milhões de dólares, num faturamento que vai depender muito de como o jogador poderá tirar proveito disso.
Uma estrela de seu brilho e condição costuma receber de cachê cerca de US$ 300 mil, como cobram outros nomes da linha de um Pete Sampras ou Andre Agassi, mas no caso do brasileiro, a sua vida não deverá mudar tanto.
O seu agente internacional, Jorge Salkeld, da Octagon, em Paris, revelou que o valor de Guga no mercado já é alto há algum tempo e não acredita em mudanças drásticas pelo fato de o brasileiro ter conquistado a liderança do ranking, domingo em Lisboa.
"O Guga sempre recebeu muitos convites, pelo seu jeito carismático, pelos títulos de Roland Garros e simpatia", afirmou Salkeld. "Por isso, para ser valorizado no mercado do tênis, não precisaria deste título, embora seja lógico que isso o ajudará muito."
As atuais regras da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) também não deixam muito espaço para um tenista na condição de Guga dedicar muito tempo para exibições ou disputar torneio médios, competições em que a ATP permite o pagamento de cachês.
Os jogadores colocados entre os 50 primeiros do ranking são obrigados a jogar os quatro Grand Slam e os nove Masters Series. Com isso, já estão comprometidas 17 semanas, sem contar ainda outras cinco competições da série ATP Tour e os encontros da Copa Davis.
Guga em 2001 pretende enxugar seu calendário. Não pretende mais ficar tanto tempo viajando e ganhará mais tempo para treinamentos com o técnico Larri Passos e trabalhos de recuperação física, também orientados pelo treinador. Com isso, como disse Salkeld, seu maior faturamento deverá estar mesmo com os prêmios conquistados nas grandes competições internacionais.
A falta de tempo também vai impedir a entrada de novos patrocinadores. Guga conta hoje com Motorola, Banco do Brasil e Globo.com - além de contratos com equipamentos como raquetes Head e roupas Diadora - . Há ainda os licenciados como a Ryder - sandálias - e Tilibra, fabricante de cadernos escolares.
"A inclusão de outro patrocinador exigiria mais tempo de dedicação de Guga, pois o tenista precisa atender compromissos com seus patrocinadores", explica Salkeld. "E no próximo ano, o Guga não terá tempo para isso e vai até diminuir o número de participações em torneios."