Buenos Aires - O futebol argentino está em pé de guerra. Tudo por causa do pequeno Chacarita Juniors e seu presidente Luis Barrionuevo, candidato a senador. Ele vivia argumentando que não cederia às pressões e manteria o jogo diante do Boca Juniors, programado para o próximo final de semana, no estádio San Martin. Afinal, aí jogou o outro gigante argentino, o River Plate. No entanto, seduzido economicamente pelo presidente do Boca, Mauricio Macri, aceitou transferir o local do encontro diante do campeão intercontinental para o estádio do Velez.
A postura revoltou os demais aspirantes ao título do torneio Apertura, o próprio River, Gimnasia e Talleres. O Chacarita, atuando fora de seus domínios, passa a ser uma ameaça bem menor a seus adversários.
No final da noite de quinta-feira, houve a confirmação da transferência do local do jogo, segundo o diário “Clarín”. O secretário de Segurança, Enrique Mathov, disse que a partida não deveria ser realizada em San Martin. Mas lavou as mãos ao afirmar que a Associação de Futebol Argentino deveria anunciar um novo local.
Para seduzir o Chacarita a jogar no campo do Velez, a direção do Boca ofereceu US$ 350 mil, os gastos com a operação policial e dinheiro para cobrir os custos para que seja aberto o estádio José Amalfitani. O campo do Characita é acanhado, e já apresentou problemas quando recebeu a torcida do Independiente. “É a partida do ano e, por isso, decidimos que será no estádio do Velez”, disse Barrionuevo.
Para o River, o fato representou uma derrota política, já que tentou, sem sucesso, fugir do estádio do Chacarita. “Isto é uma aberração, uma grande vantagem esportiva para o Boca. Houve algum interesse que fez com que o Comitê de Segurança mudasse de idéia de um dia para o outro”, enfatizou o presidente do clube, David Pintado.