São Paulo - Depois de contratar um técnico considerado "barato'', Oswaldo Alvarez, que foi apresentado nesta sexta-feira, a diretoria do São Paulo tomou mais uma medida que se encaixa em sua política de contenção de gastos, adotada nas últimas semanas.
Além de devolver o lateral-direito Pimentel e o meia Beto ao Flamengo, o presidente Paulo Amaral dispensou o volante Axel. É o início da limpeza do elenco, que, em 2001, será formado basicamente por jovens.
"O Axel está livre para procurar um clube", afirmou o dirigente. O contrato do volante vence no fim do ano e não será renovado. Metade do passe pertence ao Tricolor e os outros 50% ao empresário Juan Figer, que tem a missão de encontrar um interessado pelo jogador.
Wilson, Carlos Miguel, Souza e França só não deixam o Tricolor se não houver comprador para seus passes, embora ainda tenham contrato. Apenas o goleiro Rogério Ceni é intocável no Morumbi. Contratações, nem pensar. "Não vamos contratar estrelas, porque os clubes que fizeram isso não chegaram a lugar algum", justificou o presidente.
Os dirigentes sabem que há a necessidade de trazer reforços para duas posições, a lateral-direita, que conta apenas com Belletti, e o ataque, que pode perder Marcelo Ramos, cujo passe pertence ao Cruzeiro. O lateral Daniel, da Ponte Preta, foi oferecido e interessa ao São Paulo, mas a diretoria só aceita ficar com o jogador por empréstimo. Por causa da Lei do Passe, que deve entrar em vigor em março, os são-paulinos não vão comprar o passe de nenhum atleta.
Mesmo sabendo da importância de Marcelo Ramos, a diretoria se nega a pagar US$ 4 milhões ao Cruzeiro pelo jogador. Por isso, dificilmente o atacante permanecerá no Morumbi. O presidente do clube mineiro, Zezé Perrella, vai conversar com o técnico Luiz Felipe Scolari para saber se existe algum atleta do Tricolor que interessa. Nesse caso, pode haver troca por Ramos, mas as possibilidades são mínimas.
Na apresentação, Oswaldo Alvarez, de 44 anos, disse estar satisfeito por dirigir o São Paulo e afirmou que não terá problemas para lidar com jogadores jovens. Ele acredita que terá tempo para impor seu estilo. O presidente prometeu mantê-lo no cargo até o fim do contrato de um ano, mesmo que não consiga bons resultados. Seu salário é de aproximadamente R$ 80 mil mensais. "Gosto de trabalhar com as categorias de base", disse Vadão, que permitirá que Rogério Ceni continue cobrando faltas.
Com ele, chegam o preparador físico Walter Grassmann e o auxiliar Ivo Secchi. Ambos trabalharam com o técnico no Corinthians. Gersinho, que seria o auxiliar, ficará no Santos por ainda ter contrato.