Atibaia - O Grêmio que se cuide. Depois de ficar fora da última partida do São Caetano cumprindo suspensão automática, o artilheiro Adhemar está com sede de bola. Ele é presença garantida no jogo desta quinta-feira à noite, ao lado de Zinho, no ataque do Azulão. E não é só a vontade de voltar ao campo. Adhemar sonha mais alto e quer se tornar o artilheiro da Copa João Havelange. Por enquanto, ele está na vice-liderança, com 19 gols marcados. Dill, do Goiás, e Magno Alves, do Fluminense, têm 20, mas suas equipes já foram eliminadas.
E não se trata de presunção ou arrogância. Muito pelo contrário, o atacante faz questão de manter uma conduta humilde, independentemente do assédio de torcedores e jornalistas. Toda essa disposição da revelação do futebol brasileiro nessa temporada é explicada por dois fatores: o primeiro é a fé. Adhemar é um entre diversos jogadores da equipe do ABC engajados no movimento que tornou-se popular pela denominação "Atletas de Cristo". "Tenho dois ídolos. No céu é Jesus Cristo e na Terra o Romário, que considero o melhor atacante do País", afirmou.
Antigo fã de canções sertanejas, hoje Adhemar se diz apreciador de música gospel. Confessa sua grande admiração pela cantora Aline Barros, esposa do zagueiro Gilmar, do Palmeiras. "Gosto muito do trabalho dela. Para mim, é a melhor cantora gospel do momento", opinou.
O segundo fator que explica a força de vontade e determinação do artilheiro é o reconhecimento tardio por parte da mídia e, conseqüentemente, do público. Aos 28 anos, idade em que a maioria dos ídolos do futebol já está consagrada e desfrutando dos benefícios que o sucesso traz, Adhemar apenas começou a sentir o gosto da fama. "No último fim de semana, quando estive com minha família no Playcenter, percebi de verdade que as pessoas já estão me reconhecendo", comentou.
Mas ele não se preocupa com isso. Muito pelo contrário. Como bom evangélico, ele credita a um plano de Deus tudo que tem acontecido em sua vida. "Tenho certeza que o Senhor esperou o momento certo para me agraciar com essa dádiva", disse. "Não adiantaria nada se tudo isso acontecesse antes e eu não estivesse bem estruturado emocionalmente para lidar com essa nova realidade, como vemos acontecer com muitos jogadores jovens", comparou.