Rio - A CPI da Câmara, que apura supostas irregularidades no futebol brasileiro, está disposta a investigar a CBF em todos os seus departamentos. Na tarde desta quinta-feira, os deputados aprovaram uma série de requerimentos com o objetivo de tentar descobrir algum ato ilícito da entidade máxima do futebol brasileiro. Várias personalidades que tiveram ou têm ligações com a CBF foram convocadas.
O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, terá que depor novamente na CPI, assim como o empresário José Hawilla, dono da Traffic, empresa que intermediou o contrato entre a Nike e a entidade. O dirigente da multinacional de material esportivo responsável pelo contrato também não escapou da convocação.
Outro que vai voltar a depor é o técnico Zagallo, que terá que mostrar o contrato que tinha com a Nike na época em que era treinador da Seleção Brasileira.
A CBF também terá que dar informações sobre a aplicação do dinheiro recebido pelo contrato com a Nike. A entidade vai ter que fornecer a relação de jogadores que deixaram o país nos últimos dois anos, o valor dessas negociações, o destino dos jogadores e os nomes dos empresários que intermediaram as transações. A lista de atletas estrangeiros que atuam no Brasil também terá que ser fornecida pela entidade.
Também caberá à CBF passar todas as informações sobre as verbas dadas às federações estaduais, amadoras e profissionais de futebol, ficando a cargo dessas federações comunicar aos deputados o destino destas verbas.
Atendendo a um requerimento de deputado Doutor Rosinha (PT-PR), o Ministério dos Esportes e Turismo terá que explicar o porquê da Copa João Havelange não apresentar critérios técnicos de acesso e descenso como determina a legislação de desporto em vigor.
A CPI da Câmara também aprovou requerimentos convocando os seguintes dirigentes da CBF para depor: José Carlos Salim, ex-diretor de finanças da CBF e atual diretor de Marketing, Antônio Osório Lopes da Costa, diretor de finanças, Carlos Eugênio Lopes, diretor do departamento jurídico e Marco Antônio Teixeira, secretário-geral. Salim, Osório e Marco Antônio também tiveram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados pela CPI.