Rio - Os meio-médios Cristhiane Parmigiano e Flávio Canto conquistaram nesta sexta-feira mais duas medalhas de bronze para o Brasil no Mundial Universitário de Judô, que está sendo realizado em Málaga, na Espanha.
Cristhiane venceu a norueguesa Esther Myreboe com um wazari. “Foi uma surpresa para mim. Cheguei aqui sem treinar há 45 dias, com pouco reflexo, sem fôlego e ritmo de luta”, disse a atleta, que sofreu uma sub-luxação do ombro esquerdo durante os Jogos Abertos do Interior, em novembro.
“Apesar da contusão ter limitado um pouco seus movimentos, o repouso de duas semanas durante o processo de recuperação permitiu que ela pudesse ter uma boa performance nesta competição”, explicou o médico da equipe brasileira, Wagner Castropil.
“Esta medalha eu dedico a todos que me ajudaram nos treinamentos. Minha família, meu técnico, Luis Shinohara, o pessoal da Vila Sônia e do Projeto Futuro”, disse Parmigiano, sem esquecer do namorado, o também judoca Edelmar Branco Zanol. “O kouchi-gari que apliquei no fim da luta contra a norueguesa, aprendi com ele”.
Flávio Canto derrotou por ippon o eslovaco Klemen Ferjan. O judoca, que na época das seletivas para os Jogos de Sydney não escondeu a decepção por não ter conseguido a classificação, considerou a conquista uma das mais importantes de sua carreira. “A perda da vaga nas Olimpíadas foi algo que naquele momento eu não estava preparado para suportar. Hoje (sexta) faz um mês que o judoca Leonardo Bardasson da Rocha, de 15 anos, faleceu. Há algum tempo eu tive contato com ele no Instituto Nacional do Câncer (INCA) e percebi que, mesmo com problemas diferentes, brigávamos para vencer algo. Ele, a morte e eu, uma frustração. Esta medalha eu dedico a ele”.