O técnico do Cruzeiro, Luiz Felipe Scolari,
não concordou com o meia vascaíno Juninho, que afirmou nesta quinta-feira
que o título da Copa Mercosul vai tirar a pressão psicológica da equipe e
fazer com que ela tenha uma atuação melhor na semifinal da Copa João
Havelange, neste sábado, às 16h, no Mineirão.
”Depois de uma conquista, temos sempre que almejar algo maior. É
bom jogar com pressão psicológica porque isso exige sempre uma reação, para
o bem ou para o mal. Se não há pressão, fica tudo parado”, afirmou Scolari
em entrevista coletiva na Toca da Raposa, nesta quinta-feira.
Ao comentar a declaração do técnico Joel Santana, de que abraçar um
adversário é demagogia, o cruzeirense preferiu não polemizar e respeitou a
opinião do vascaíno, embora tenha citado como exemplo a ser seguido a
atitude do italiano Di Canio, que deixou de tentar marcar um gol porque o
goleiro da outra equipe havia se contundido.
”Respeito a opinião dele e ele continua tendo a minha estima, com
ou sem abraço. Não quero prejudicar a carreira de ninguém e não foi essa a
minha intenção com o Oswaldo”, disse o técnico, que não perdeu a
oportunidade de criticar mais uma vez o vice-presidente do Vasco, Eurico
Miranda, por ter demitido Oswaldo de Oliveira. “Esse tipo de pessoa está
comandando o nosso futebol, e isso é sinal de que estamos muito mal.
Apesar da desavença com o dirigente carioca, Luiz Felipe elogiou o
time adversário, acrescentando que não se resume ao talento de Romário.”
”O Vasco venceu o Palmeiras na Mercosul porque também tem o
Romário, e não apenas por isso. Existem outros grandes atletas, como Euller,
Juninho e Juninho Paulista. Dentre os 36 melhores jogadores do país
atualmente, cinco ou seis são do Vasco.”
O forte calor na capital mineira, segundo Scolari, pode influenciar
o estilo de jogo na semifinal, tornando-o mais cadenciado:
”Se continuar com esse clima, vai ganhar o time que tiver melhor
toque de bola, porque não adiantará nada correr.”