Rio - A luta pelas quatro vagas da América do Sul na Copa de 2002 promete ser bastante acirrada em 2001. Até novembro, as dez seleções ainda farão mais oito jogos que servirão também para definir o quinto colocado, que terá chance de se classificar para o Mundial, ao enfrentar na repescagem o vencedor das Eliminatórias da Oceania.
O ano de 2000 serviu para mostrar quais são os países favoritos para disputar a Copa, que acontecerá em conjunto entre Japão e Coréia do Sul. Argentina, com 25 pontos, e Brasil e Paraguai, ambos com 20, despontam como as principais seleções sul-americanas e têm tudo para manter esta condição a partir de 27 de março, quando acontecerá a segunda rodada do returno.
Correndo pela quarta vaga ou pela classificação para a repescagem aparecem a surpresa Equador, com 16 pontos, e Uruguai e Colômbia, que somam 15. Num pelotão mais abaixo, em uma situação bastante delicada na competição, estão Chile, com dez, Bolívia, com nove, e Peru, com oito. A lanterna é a Venezuela, que com três pontos não tem mais chances de chegar ao Mundial.
A Argentina, sem dúvida alguma, foi a melhor seleção do primeiro turno das Eliminatórias, não só pela liderança, mas também pelas excelentes apresentações, com destaque para os craques Sebastián Verón, Gabriel Batistuta e Ariel Ortega, e para as jovens promessas Pablo Aimar e Javier Saviola, convocados diversas vezes pelo técnico Marcelo Bielsa.
Já a seleção brasileira teve um ano de altos e baixos, sendo que os momentos ruins superaram os bons. Logo na estréia, a equipe de Wanderley Luxemburgo mostrou que encontraria dificuldades, ao empatar em 0 a 0 com a Colômbia. As fracas atuações nas vitórias sobre Equador (3 a 2) e Peru (1 a 0) e no empate com o Uruguai (1 a 1) pareciam mostrar o que estava por vir.
Em julho, em Assunção, o Brasil sofreu a sua primeira derrota na História das Eliminatórias, ao perder de 2 a 1 para os paraguaios. Luxemburgo, que já estava sendo muito criticado, encontrou justificativas para o tropeço, prometendo uma atuação de gala para o jogo contra a Argentina, marcado para uma semana depois. E foi o que realmente aconteceu. Com garra, o Brasil fez a sua melhor apresentação nas Eliminatórias com uma vitória de 3 a 1 em São Paulo. Só que a euforia não durou muito tempo. Na rodada seguinte, a equipe sofreu sua derrota mais humilhante, caindo diante do Chile por 3 a 0, em uma atuação apática.
Luxemburgo resistiria somente por mais um jogo, na fácil vitória de 5 a 0 sobre a Bolívia, em setembro, quando convocou Romário pela primeira vez para as Eliminatórias. Depois das Olimpíadas de Sydney, o treinador não resistiu e o Brasil foi comandado pelo auxiliar Candinho na goleada de 6 a 0 sobre a Venezuela que fechou o turno.
Como a seleção brasileira ainda tinha mais uma partida pela frente, a CBF anunciou a contratação de Emerson Leão para o lugar de Luxemburgo. O nome do treinador mudou, mas não a atitude da equipe que voltou a jogar mal na vitória de 1 a 0 sobre a Colômbia, com um gol de Roque Júnior já nos acréscimos.
A campanha brasileira foi semelhante à do Paraguai. No entanto, os paraguaios comemoraram os resultados, sobretudo nas vitórias sobre Brasil, Uruguai (1 a 0) e Colômbia (2 a 0), que ajudaram a deixar o time do técnico Sergio Markarián na terceira posição.
A grande surpresa de 2000 foi o Equador, que sonha se classificar para seu primeiro Mundial. Comandados pelo técnico colombiano Hernán Darío Gomez, os equatorianos superaram o Uruguai no primeiro turno e se destacaram vendendo caro as derrotas para seleções mais tradicionais.
Acompanhando o Equador de perto está o Uruguai, que não vai a uma Copa desde 1990. Depois de um começo bom, em que conseguiu arrancar um empate no Maracanã diante do Brasil, a equipe do argentino Daniel Passarella caiu de produção e teria de disputar a repescagem, caso as Eliminatórias já estivessem encerradas.
Com a mesma pontuação dos uruguaios, a Colômbia foi apontada pela Fifa como melhor seleção da América do Sul no ano. Porém, a equipe não justificou isto dentro de campo. Por causa de brigas, o técnico Luis Augusto García deixou jogadores de renome internacional, como Rincón e Asprilla, de fora da maior parte das convocações.
Três seleções que enfrentaram problemas ao longo das Eliminatórias estão praticamente fora da briga pela classificação: Chile, Bolívia e Peru. O técnico da seleção chilena, Nelson Acosta, sofreu com a pressão da imprensa, só amenizada com a conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney.
Os bolivianos conseguiram seus melhores resultados na altitude de mais de 3.600 metros de La Paz e o técnico Carlos Aragonés entrou em conflito com os principais jogadores do país, que ficaram de fora de muitas convocações. Já com os peruanos, a relação com a imprensa não foi muito diferente do que aconteceu no Chile. O técnico Francisco Maturana acabou não resistindo e se juntou a Luxemburgo na galeria dos demitidos.
O pior desempenho não poderia ser de outra seleção que não fosse a Venezuela, acostumada a ser o "patinho feio" das Eliminatórias. Em dez jogos, a equipe do técnico José Omar Pastoriza perdeu nove e venceu apenas uma vez, ficando sem qualquer chance de sequer sonhar com uma viagem ao
Oriente. A classificação após dez rodadas é a seguinte:
1-ARGENTINA - 25 pts (8v, 1e, 1d)/22 gols pró e 8 contra
2-BRASIL - 20 pts (6v, 2e, 2d)/21 gols pró e 9 contra
3-PARAGUAI - 20 pts (6v, 2e, 2d)/18 gols pró e 9 contra
4-EQUADOR - 16 pts (5v, 1e, 4d)/12 gols pró e 14 contra
5-URUGUAI - 15 pts (4v, 3e, e d)/12 gols pró e 7 contra
6-COLÔMBIA - 15 pts (4v, 3e, 3d)/8 gols pró e 7 contra
7-CHILE - 10 pts (3v, 1e, 6d)/11 gols pró e 13 contra
8-BOLÍVIA - 9 pts (2v, 3e, 5d)/5 gols pró e 14 contra
9-PERU - 8 pts (2v, 2e, 6d)/7 gols pró e 13 contra
10-VENEZUELA - 3 pts (1v, 0e, 9d)/6 gols pró e 28 contra
Próxima rodada:
27/03/2001
Equador x Brasil, em Quito
Argentina x Venzuela, em Buenos Aires
Peru x Chile, em Lima
28/03/2001
Uruguai x Paraguai, em Montevidéu
Colômbia x Bolívia, em Bogotá
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