Belo Horizonte - Um grupo de conselheiros do Cruzeiro está tentando a volta do goleiro Dida para a Copa Libertadores da América de 2001. Para isso, foram feitas gestões diretamente ao presidente do clube, Zezé Perrella, que, segundo integrantes do grupo, considerou a proposta razoável, sem rejeitá-la de imediato.
O movimento cresceu após a eliminação do Cruzeiro na Copa João Havelange, com a derrota para o Vasco por 3 a 1, no último sábado, no Mineirão. O vice-presidente do clube, José Francisco Lemos, foi acionado por um membro do grupo e entrou no circuito. O passe de Dida é do Milan, da Itália.
“Passei a missão agora para o doutor José Francisco Lemos. O clube agora é que deve oficializar ou não uma proposta de empréstimo pelo jogador, como feito no caso de Fábio Júnior", disse o conselheiro nato Aloísio Vasconcelos, que conversou com Zezé Perrella e com o próprio Dida sobre o assunto dias atrás. “Apesar de todos os problemas na Justiça (do Trabalho), o que não é nada fácil, senti que houve uma receptividade razoável à idéia", acrescentou Vasconcelos, escolhido para ser o interlocutor do grupo junto à direção.
A vinda de Dida, em princípio, pode parecer uma idéia absurda. Mas não é. O jogador enfrenta problemas com a Justiça italiana, que investiga o derrame de passaportes falsos oriundos de Portugal. Casos de Dida, Varley, emprestado ao Grêmio, Alberto, entre outros. Além disso, o goleiro amarga a reserva e, por isso, com poucas chances de ser convocado para a Seleção Brasileira. E Dida já teria confidenciado a pessoas próximas o interesse em retornar ao futebol brasileiro e ao Cruzeiro. E mais: André só retorna aos gramados em abril de 2001, quando a Libertadores estará na reta decisiva, e Fabiano só permanece em caso de empréstimo. No ano passado, Dida esteve emprestado ao Corinthians.
Existem também entraves, como a ação na Justiça do Trabalho movida por Dida, que reivindica direitos trabalhistas _ FGTS, férias, direito de arena. Mas isso não seria, em princípio, grande empecilho para a volta do goleiro.
Aloísio Vasconcelos, condutor do projeto, afirmou que está pessimista. Depois, de ler nos jornais uma declaração de um dirigente do Milan garantindo que Dida é inegociável. “Teríamos um grande goleiro para a disputa da Libertadores. Mas fiquei pessimista ao ver a notícia", afirmou. O vice-presidente do clube italiano, Adriano Galliani, disse que Dida é inegociável e está nos planos para 2001.
Ídolo da torcida do Cruzeiro, Dida deixou o clube no início de 1999, após uma tumultuada negociação, que envolveu até a Fifa _ que arbitrou o valor do passe, US$ 3 milhões.