Rio - Depois de ter amargado a reserva no Real Madrid, o zagueiro brasileiro Júlio César aceitou o desafio de se transferir para o Milan. Apesar dos problemas de adaptação, o jogador garante que não se arrepende de sua decisão. Em entrevista ao jornal espanhol Marca, ele só faz restrições à vida levada na Itália.
"É impressionante o atendimento personalizado que é dado a cada jogador. Só temos que pensar em jogar e mais nada, pois o Milan cuida do resto. Tenho um professor, um guia, um tradutor e um motorista à disposição. Apesar disto tudo, prefiro a vida em Madri, onde o povo é mais receptivo. Segundo os próprios italianos, Madri, se tivesse praia, seria a cidade mais bonita do mundo. Milão é apenas industrial e o povo só se preocupa com o trabalho", lamentou o zagueiro.
Júlio César, que antes de jogar pelo Real Madrid era totalmente desconhecido no Brasil, vê muitas diferenças entre o futebol da Espanha e da Itália. "Para um brasileiro não é fácil se adaptar ao futebol italiano, pois há mais força e tática. A imaginação e a improvisação ficam em segundo plano, ainda mais para um zagueiro."
No Milan, o brasileiro vem enfrentando a concorrência de outros jogadores, como Maldini, Costacurta e Roque Júnior. Com isto, desde que foi contratado, em outubro do ano passado, ele atuou apenas em dez jogos, sendo oito do Campeonato Italiano e dois da Copa da Itália. Júlio César só lamenta não poder atuar na Liga dos Campeões da Uefa, já que jogou dois minutos pelo Real Madrid na primeira fase.