Porto Alegre - Já na primeira rodada do Gaúcho 2001, Rivelino, do Esportivo, mostrou que vai incomodar as zagas adversárias. Jogando em casa, no estádio da Montanha, o meia marcou duas vezes na goleada por 6 a 1 aplicada no São Luiz. Rivelino, Vandick, também do Esportivo, e Milhão, do São Paulo, são os artilheiros da competição.
O desempenho de Rivelinho preocupa os adversários, mas não é nenhuma novidade para quem está acostumado a desequilibrar as partidas com passes precisos e ótima visão do jogo. Não por acaso, Rivelino – ao contrário do Rivelino famoso, este chuta de pé direito – foi escolhido o melhor meia-armador do Gauchão 2000.
No segundo semestre do ano passado, esteve perto de ser contratado pelo Inter, mas o negócio não se concretizou. Outro Inter, o de Santa Maria, acabou levando o craque por empréstimo como principal reforço para a disputa do módulo branco do Brasileirão.
Rivelino chegou ao Esportivo em 1999, por indicação do conterrâneo Vandick. Rivelino nasceu em Salvador, na Bahia, mas se criou no Rio, onde começou a jogar no time infantil do Botafogo. Em 1986, então nos juniores, foi promovido ao time principal por ninguém menos que Zagallo. Atuou em várias partidas do Brasileirão pelo time da Estrela Solitária. Naquela época, deixou os gramados de lado para se dedicar aos estudos. Concluiu o curso no Colégio Militar e começou a faculdade de Letras. Mas a paixão pelo futebol superou a admiração pelos livros. Retornou aos campos e, nos anos seguintes, teve passagem por times como Vasco, Vitória e Bahia. Quando chegou ao Rio Grande do Sul, estava no Poções, da Primeira Divisão da Bahia.
Aos 34 anos, Rivelino é um jogador sereno. Só pensa em jogar bola, sem os planos comuns aos garotos que estão começando no esporte.
“Para mim, tudo é lucro. Se aparecer oportunidade em algum clube que valha a pena, vou aproveitar. Mas sei que, com a minha idade, o futebol é o que menos importa. Tem muito preconceito”, disse o jogador, que prevê dificuldades na Seletiva: “As equipes estão muito equilibradas. A coisa vai se decidir na individualidade, mas não tenho pretensão de ser goleador. O meu negócio é armar as jogadas”, falou.