Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal, que investiga irregularidades no futebol brasileiro, está apurando um esquema de triangulação na venda de jogadores para o exterior, que já foi batizada de ''conexão Uruguai'', disse nesta quinta-feira uma fonte da CPI.
O primeiro caso identificado é o da transferência do atacante Lucas, que atuou na seleção olímpica brasileira, do Atlético Paranaense para o Rennes, da França, o que pode envolver uma diferença de 15,5 milhões de dólares.
``Ele foi vendido para o Rentista -- clube da segunda divisão do Uruguai-- por 7,5 milhões de dólares, passou algumas horas lá e foi direto para a Europa'' disse à Reuters uma fonte da CPI que preferiu não se identificar. A imprensa divulgou que Lucas foi adquirido pelo Rennes por 23 milhões de dólares.
A CPI também investiga o envolvimento do empresário uruguaio Juan Figer com o Rentista. Figer não fala com a imprensa após a instauração da CPI, mas segundo seu assessor, ''ele estará presente para dar explicações se for convidado pela CPI''.
``Porque o Atlético não vendeu direto para a França por 23 milhões (de dólares)? Isso é um indício de evasão de divisas e fiscal'', disse a fonte.
Os dirigentes do Atlético Paranaense não foram encontrados para prestar esclarecimentos.
O jogador Warley, atualmente no Grêmio de Porto Alegre, também teve passagem rápida pelo time uruguaio, ao ser vendido pelo Gama, do Distrito Federal, por 1,1 milhão de reais, antes de seguir para a Udinese, da Itália. Warley é ainda suspeito de usar passaporte português falso.
A CPI do futebol do Senado acredita que haja muitos outros casos semelhantes. O esquema foi descoberto na análise dos maiores contratos do futebol brasileiro com o exterior, fornecidos pelo Banco Central à CPI.
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