Rio - O esporte brasileiro lamentou nesta sexta-feira a morte do bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva.
Adhemar, ouro no salto triplo em 1952, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, e em 1956, em Melbourne, na Austrália, faleceu em conseqüência de uma parada cardíaca, em São Paulo, aos 73 anos.
"Foi uma perda lamentável para o país. O Brasil está de luto", declarou o coordenador-técnico da seleção brasileira, Antonio Lopes.
O maratonista Ronaldo da Costa, campeão da São Silvestre em 1994, disse que a notícia o pegou de surpresa.
"Não sabia que ele estava internado. Levei um choque. Ele representou muito para o atletismo nacional. Eu o conhecia pouco, mas o suficiente para perceber que era humilde, apesar de muito culto."
Ao contrário de Ronaldo, Robson Caetano, bronze nos 200m rasos nas Olimpíadas de Seul, em 1988, e no revezamento 4 X 100m nos Jogos de Atlanta, em 1996, perdeu um amigo.
"Adhemar foi meu conselheiro durante muitos anos. Não dá nem para medir a importância que ele teve para o esporte no Brasil. Estou muito triste."
O armador Marcelinho, do time de basquete do Botafogo, considera Adhemar um exemplo para todas as gerações de atletas.
"Ele sempre foi muito correto e cumpriu todas as metas que estabeleceu para sua carreira."
A opinião é compartilhada pela ex-ginasta Luisa Parente.
"Adhemar é um símbolo do esporte olímpico e um modelo a ser seguido também como pessoa. Além disso, esteve sempre ligado a todas as questões do esporte."
Georgette Vidor, técnica da equipe de ginástica olímpica do Flamengo, aproveita para fazer uma crítica. "Em qualquer país de primeiro mundo, Adhemar seria lembrado em todos os momentos. Infelizmente, no Brasil, nossos ídolos são esquecidos."
O técnico da seleção brasileira de judô, Geraldo Bernardes, lembrou que, com as conquistas de Adhemar, os esportistas brasileiros começaram a ganhar projeção internacional.
"Ele abriu as portas para os atletas do Brasil."