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Avaí sonha com novo ídolo
Terça-feira, 16 Janeiro de 2001, 11h07
Atualizada: Terça-feira, 16 Janeiro de 2001, 11h08

Florianópolis - A derrota por 3 a 2 para o Inter foi o menos importante no primeiro amistoso do Avaí na temporada. Quem esteve sábado na Ressacada e viu os gols avaianos saiu do estádio com uma impressão: a de que o Leão encontrou o atacante que procurava desde as saídas do polêmico Alex Rossi e do “bom baiano” Dão. Milton, o novo candidato a ídolo azurra, tem fome de gol e uma personalidade marcante; uma combinação que tem tudo para dar certo.

Afinal, a fórmula fez sucesso na auto-confiança do baixinho Romário, nos disparates do animal Edmundo, no dengo do mimado Marcelinho Carioca. Mas Milton não tem nada de bad-boy. Pelo contrário. A personalidade forte, talhada desde os primeiros passos em Conceição do Mato Dentro, “uma terra onde só tem artista e não tem bandido” no interior mineiro, marca, na verdade, pelo idealismo.

No jogo de sábado, o atacante foi expulso pelo árbitro Luiz Orlando de Souza - ironicamente, um “quase homônimo” do jogador, que se chama Milton Orlando de Sousa -, aos 40 minutos do segundo tempo, depois de reclamar de um impedimento. Antes, já tinha levado o amarelo.

“Contestei que não havia sido falta e reclamei. Aí ele faltou com o respeito comigo e isso eu não admiti. Não sou cachorro, só porque é jogador de time pequeno eles agem assim. Se eu fosse do Inter ele não falaria daquele jeito”, lamenta. “Mas nada justifica. Nós dois erramos. Apesar de eu não me arrepender do que eu falei. Falaria tudo novamente, porque eles foram incorretos”.

Aos 27 anos, Milton é a voz da experiência no jovem time avaiano. De fala mansa - pelo menos fora dos gramados - e pensamentos sempre bem articulados, o atacante mostra que pode ajudar o técnico Roberto Cavalo a ir ajeitando o time para o Estadual. Ao analisar a partida contra o Inter, Milton mostra a consciência de quem sabe que o trabalho está só começando.

“A gente sabe que tem muita coisa ainda para melhorar. Erramos, sim, mas não por omissão, isso também é importante. Não faltou empenho”.

Na hora de falar do próprio desempenho, o atacante demonstra humildade: “Sempre é importante. Não pelos gols, mas pela partida em si. Foi um bom teste para o Cavalo avaliar a equipe e para que a gente veja também as nossas reais condições físicas”. Mesmo tendo sido o destaque do jogo, com belas arrancadas e chutes poderosos, Milton acha que ainda falta muito para chegar ao auge. “Eu não estou nem com 70% da minha forma física. Perdi alguns lances, em jogadas de velocidade, que é o meu forte e eu não costumo perder”. Se a impressão já foi boa no sábado e Milton promete que ainda tem muito a melhorar, é bom a torcida azurra começar a ensaiar um novo canto: “olelê, olalá, o Milton vem aí, e o bicho vai pegar”.

Diário Catarinense


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