Mônaco - Para Ford, Subaru e Mitsubishi o rali de Monte Carlo, primeira prova do campeonato mundial, este fim de semana, marcará o começo da caça ao Leão. Cada um fará sua parte para impedir que a Peugeot confirme seu domínio na categoria nesse início de século.
Os êxitos da marca francesa no ano passado, em sua primeira temporada completa, provocou muitos cuidados e olhares de cobiça. Pela primeira vez desde 1992, um construtor europeu colocou fim à hegemonia japonesa na categoria. Desde sua primeira aparição nas etapas mundiais, o pequeno 206 WRC impôs sua lei.
A tarefa é delicada para os rivais do Leão. A Peugeot não esconde seu desejo de reinar, sem dividir, nos ralis. E para isso providenciaram os meios. Ao contratar Didier Auriol, um dos pilotos mais experientes, ao lado do finlandês Marcus Groenholm, campeão do mundo também em sua primeira participação completa, e contando com alguns especialistas como Gilles Panizzi (no asfalto) e Harri Rovanpera (terra), a Peugeot coloca suas ambições no ponto mais alto.
Sobretudo porque a eficiência do 206 encontrou, a partir de meados de 2000, uma confiabilidade total. Então, as rivais se organizam. Ford e Subaru homologaram um novo WRC e a Mitsubishi um similar grupo A, enquanto espera para setembro seu WRC. "Mas isso será suficiente para frear o 206?", se perguntam os analistas. Um objetivo que Hyundai, Skoda e Citroën deixam para mais adiante, já que 2001 para eles nada mais é que uma temporada de aprendizagem. A participação da Citroën estará limitada a apenas quatro provas (Catalunha, Acrópolis, San Remo e Córcega).
Se bem que é certo que será muito difícil tirar do pedestal a Peugeot, apesar de seu piloto estrela, Groenholm, enfrentar rivais difíceis. O atual campeão se recusa a aparecer como um dos favoritos desta temporada, apesar de ter ganho experiência e confiança. A exceção de Monte Carlo, ele conhece todos os terrenos do Campeonato Mundial.
O "grande Marcus" aponta os que serão seus adversários mais diretos: os britânicos Richard Burns (Subaru) e Colin McRae (Ford Focus), o espanhol Carlos Sainz (Ford Focus), seu compatriota finlandês Tommi Makinen (Mitsubishi), que dominou amplamente com seus quatro títulos consecutivos (1996, 1997, 1998 e 1999) e o francês Didier Auriol, seu novo companheiro na equipe Peugeot.
McRae, Sainz, Makinen e Auriol, ex-campeões do mundo, estão animados e com o desejo da reconquista. Burns, por outro lado, espera sua primeira coroa, já que há dois anos não termina bem. No entanto, em 2000 ele era o favorito e tudo indicava que isso iria se confirmar, mas foi vencido por um excesso de entusiasmo, alguns erros e uma dose de azar.
Outros pilotos poderiam entrar na disputa pelo título ou pelo menos desempenhar papéis importantes. Esse é o caso de François Delecour, capaz de atingir o mais alto nível. Excelente em todos os terrenos, o francês será ainda mais temível, animado por um espírito de revanche.
Despedido pela Peugeot, Delecour encontrou na Ford Focus a ferramenta sonhada para saciar sua sede de vitórias, apoiando McRae e Sainz contra os 206. O norueguês Peter Solberg e o estoniano Markko Martin (Subaru) podem perturbar a hierarquia e animar um campeonato de pilotos particularmente aberto.