Rio - Misso nunca teve sua importância negada no esquema alvinegro. Líder de assistências do time, o garçom oficial do Botafogo descobriu na noite de quarta-feira as honras de ser o matador do jogo. O gol que estabeleceu o empate contra o Corinthians, na estréia do Rio-São Paulo, foi o primeiro marcado por ele com a camisa do Botafogo. Um gol que pôs fim a um jejum que já durava um ano e lhe permitiu um dia de herói.
”Quando eu dei o passe para o gol do Zé Carlos, pensei: "Ih, minha vida é ser garçom mesmo." Logo depois, fui feliz na cobrança de falta e virei o matador”, brincou o sorridente Misso. “Sei que eu não sou nenhum artilheiro, mas sempre vou procurar deixar o meu golzinho também, de vez em quando. “
Pela primeira vez no Botafogo, Misso sentiu o peso de ser o herói do jogo. Foi o último a sair do campo, cercado por câmeras de TV, microfones e torcedores. E descobriu que a emoção é bem diferente.
”Isso já se dizia no tempo de Pelé e Garrincha. O Garrincha era mais encarregado das assistências e o Pelé era o que fazia os gols. Por isso, era mais badalado”, analisou o lateral-esquerdo avinegro.
Misso não esconde que jamais teria feito a cobrança de falta se o zagueiro Sandro, batedor oficial da equipe, estivesse em campo. Feliz com o primeiro gol, o lateral diz que continuará a aprimorar esse fundamento para aproveitar as chances que surgirem.
”Quando o Sandro não estiver em campo, vou tentar fazer as cobranças de falta. Aqui há muitos batedores de falta e não gosto de entrar em polêmica. Se os que batem estão confiantes, não há por que não deixá-los”, disse.
Mesmo com o jejum de um ano sem marcar, Misso não deixou de cumprir o ritual dos artilheiros e dedicou o gol à família:
”Quando cheguei aqui, disse para a minha mulher, Clézia, e para meu sobrinho Glédson que meu primeiro gol seria para eles. O presente demorou um ano, mas está aí”, afirmou, emocionado.