Rio - Quando surgiu nas divisões de base do Flamengo, em meados da década de 80, o meia Pintinho era apontado como o provável sucessor de Zico. No entanto, ao se tornar profissional, o jogador nunca passou de uma eterna promessa e vagou por vários clubes do país.
Atualmente defendendo o Volta Redonda, Pintinho soube que mereceria uma chance como titular na partida de domingo em Caio Martins, contra o Botafogo, pelo Campeonato Estadual. Depois de ser anunciado pelo próprio treinador Ademir Fonseca como uma novidade neste jogo, ele simplesmente não apareceu para o treino da manhã desta quarta-feira e irritou o técnico.
“É coisa de jogador que atuou em time grande. Ele foi resolver um negócio de apartamento e acabou não vindo ao treino, justificando, através de outros, que não iria morar na concentração. O Aílton esteve aqui e morou lá, sem reclamar jamais. Vou conversar com ele muito sério, por que não gostei da atitude e passo a pensar se ele vai estar no time principal domingo”, afirmou, contrariado, Ademir Fonseca.
Ademir vai observar ainda mais o elenco até a sexta-feira para poder escalar a melhor equipe. A idéia é aumentar a rivalidade entre os jogadores na briga por uma vaga. Pintinho e Roberto estão sendo observados e podem entrar.
“O Pintinho é um menino muito simples e que precisa de orientação. É muito talentoso e vai encher os olhos de muita gente. Só que precisa levar uns sustos e puxões de orelha. O problema dele também é a falta de estrutura muscular. Mas é diferente dos demais”, disse Ademir.
O treinador lembra também seu tempo de jogador, no Botafogo, adversário de domingo, onde foi criado e passou 10 anos (1978 a 1988). Nesta fase, o Alvinegro amargou um jejum grande de títulos mas as recordações são muitas.
“Gosto muito do Botafogo e devo ao clube o que fui como jogador e hoje sou como treinador. Ficamos 21 anos sem títulos e sofremos bastante. Hoje os jogadores reclamam de falta de pagamento, só que na minha fase ficávamos às vezes meses sem ver a cor do dinheiro. O salário de dezembro, para comprar presentes de natal, só saia no fim de janeiro. Mas valia pelos amigos como Helinho, Alemão, Josimar, Brasília e Luizinho. Só que no domingo eu quero é ganhar. Meu time agora é Ademir Futebol Clube. A paixão acabou”,
concluiu o treinador.