São Luís - No final de dezembro, os dirigentes do Náutico anunciaram, eufóricos, uma nova aquisição. Tratava-se de um goleador de 21 anos, que marcara 49 gols durante toda a temporada de 2000, em Santa Catarina, pelo Brusque e pelo Inter de Lages.
Se vingasse, poderia ter seu passe comprado pelo Náutico e, ao ser revendido, por um valor maior, geraria um bom dinheiro aos combalidos cofres do clube alvirrubro. No dia da tão esperada apresentação de Kuki, os jornalistas notaram de imediato as feições mais “experientes” do jogador, sendo inevitável a pergunta: - “Kuki, qual é a sua idade?” - “Tenho 29 anos”, respondeu o jogador, sem saber da expectativa gerada pelos dirigentes do Náutico em torno de seu nome.
Mesmo após ter sido esclarecido a respeito do mal-entendido, Sílvio Luiz Borja da Silva, o Kuki, resolveu ficar e mostrar seu valor. Assegurou vaga na equipe titular e, após duas partidas disputadas, marcando gols em ambas, vem sendo o maior destaque do Náutico. Na partida contra o Botafogo-PB, pelo Campeonato do Nordeste, fez um belo gol, ao sair de sua área, driblando vários adversários e chutando de fora da área adversária, no ângulo. No jogo da última quarta-feira, também válido pelo Campeonato do Nordeste, ele marcou mais um gol, desta vez de pênalti, no empate contra o Bahia por 1 a 1, no Estádio dos Aflitos, em Recife.
Sobre o “envelhecimento instantâneo”, Kuki prefere fazer piada: “Tenho 29 anos, mas nem por isso deixo de concorrer à vaga de revelação da temporada”, citando, ainda, o exemplo de Adhemar, do São Caetano. Por falar em piada, Kuki vem caindo nas graças dos torcedores adversários, devido à cacofonia de seu apelido: Kuki vai, Kuki senta, Kuki levanta...