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Gamarra faz críticas à diretoria do Flamengo
Domingo, 28 Janeiro de 2001, 01h45

Rio - Em momento algum Gamarra faz críticas diretas à diretoria do Flamengo. No entanto, seu discurso deixa claro que ver clubes brasileiros atrasando salários de jogadores é uma realidade com a qual ele não se conforma. Mais. O argumento da diretoria rubro-negra, que condicionou o pagamento em dia dos salários à conquista de títulos, também não o convence. Para Gamarra, o futebol europeu ainda é mais atraente do que o brasileiro.

“No Corinthians, o máximo que acontecia era atrasar uns 15 dias. Agora mudou. Entendo que os clubes brasileiros vivam momento delicado, mas não dá para trabalhar com três ou quatro meses de atraso. Os clubes têm pessoas inteligentes e elas precisam entender isso”, disse Gamarra.

O zagueiro paraguaio não se conforma com o argumento de que somente com títulos é possível pagar em dia. Pelo menos essa foi a explicação do presidente Edmundo dos Santos Silva, ao justificar os problemas financeiros do clube.

“Os clubes é que precisam saber contratar e montar um elenco num padrão que lhes permita pagar os salários. É claro que nós temos de ganhar, mas ninguém pode ficar sem receber se não ganhar. Não podemos depender de ganhar tudo. O São Paulo ficou dois anos sem ganhar nada e atrasou por causa disso?”, comparou o zagueiro.

Gamarra deixa claro que, após ter encontrado uma realidade pior do que esperava nesta volta para o Brasil, não descarta estudar uma proposta para voltar para a Europa:

“Eu sabia que havia problemas, mas voltei mesmo assim. Gostei do projeto do Flamengo, da formação de um grande time e da palavra dada pelo presidente. Acredito que vá melhorar, porque ultrapassar o ponto em que estávamos não dá. No futebol brasileiro é normal que alguém receba uma proposta melhor e queira sair. Não dependeria só de mim, mas também da diretoria. Por mim, quero ficar”.

O vice de futebol, Walter Oaquim, preferiu não polemizar sobre uma faixa estendida ontem, em Édson Passos, que dizia "Fora W. Oaquim, pai e filho". “Isso é uma coisa dirigida, de pessoas que não querem mudanças no clube”, disse Oaquim.

L!Sportpress


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