Rio de Janeiro - O meia uruguaio Alvaro Recoba, da Inter de Milão,
está sendo investigado pela Comissão que apura o caso dos passaportes falsos
na Itália. O jogador foi interrogado depois que autoridades encarregadas de
ouvir os brasileiros Warley (atualmente no Grêmio) e Alberto, da Udinese, acusados de atuar
utilizando documentação adulterada, acionaram seus colegas em Milão.
Segundo
o jornal italiano "Gazzetta Dello Sport", não há nada de errado com o
documento de Recoba. O que a Comissão pretende descobrir é se o meia possui
mesmo ascendência italiana, como alegou ao fazer o pedido de dupla
cidadania.
Recoba, que antes defendia o Nacional, está na Inter desde 1997, quando foi
registrado como "extracomunitário", já que possuía apenas passaporte
uruguaio e, por isso, não fazia parte da Comunidade Européia. Dois anos mais
tarde, foi emprestado ao Venezia e em setembro de 1999 conseguiu o documento italiano.
Em comunicado oficial, a equipe de Milão declarou não ter nada a ver com a
investigação e que confia plenamente na boa-fé de seu atleta. Outros três
jogadores sul-americanos que defendem equipes da Serie A estão sob suspeita.
Além de Warley e Alberto, impedidos de entrar na Polônia porque oficiais da
alfândega do país desconfiaram da autenticidade de seus passaportes
portugueses, o meia argentino Juan Verón, da Lazio, também teve de se
explicar em Roma.
As investigações na Itália acompanham a onda de denúncias na França, onde
uma série de jogadores, entre eles o brasileiro Alex, condenado a quatro
meses de suspensão, está sendo julgada por falsificar passaportes. Na
Inglaterra, outro brasileiro, o meia Edu, ex-Corinthians, teve sua
transferência para o Arsenal atrasada devido a problemas com sua
documentação.