Rio - O passaporte italiano do brasileiro Cafu da Roma e de outros 49 jogadores da série A estão sendo investigados pela justiça da Itália. Desconfiadas que os documentos que garantiram a naturalização dos mesmos são falsos, as autoridades decidiram promover uma devassa junto aos clubes nos quais jogam os suspeitos.
Operação coordenada pela procuradoria de Udine, milhares de documentos estão sendo examinados nos mínimos detalhes. O objetivo é descobrir, a exemplo do que aconteceu em relação ao jogador Verón da Lazio, e Recoba da Inter, se os trâmites de legalização foram seguidos conforme prevê a lei italiana.
No caso de Cafu, os indícios dão a entender que a procuradoria de Udine estaria investigando os documentos ligados à naturalização de sua mulher, que possui ascendência italiana e, com isso, garantiu o passaporte do marido. Além de Cafu, Aldair e Emerson, pelo mesmo motivo, foram agraciados com o passaportes italianos, mas, o nome dos dois não aparecem entre os suspeitos.
Segundo a imprensa italiana, a desconfiança da magistratura de Udine com a Roma surgiu do fato que todos os jogadores originários da América do Sul – Aldair, Cafu, Antônio Carlos, Emerson, Balbo e Guigou – possuem passaportes italianos, e não portugueses ou espanhóis, como seria mais lógico.
A diretoria da Roma, assim, como Cafu, não se pronunciaram oficialmente a respeito, mas o técnico Fabio Capello, irritado, deu a entender que a Lazio, campeã italiana, deveria ter sido punida por ter escalado Verón como comunitário em várias partidas da temporada passada.
”Não vejo porque quem errou não deva pagar”, disse o técnico, que depois disparou contra a Federação Italiana de Futebol:
”A Itália é o único país da Europa onde os clubes que possuiam jogadores com passaportes falsos não foram punidos. Aqui, como sempre, as coisas ficam para o próximo ano”, ironizou Capello.
Ofendido com as palavras de Capello, o presidente da Lazio, Sergio Cragnotti, disse que vai processá-lo.
”São acusações muito graves e infundadas.”