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Kobe Bryant diz não ao All-Star Game
Domingo, 04 Fevereiro de 2001, 23h56

Por Fernando Santos

Anos atrás, durante um escândalo da arbitragem no futebol brasileiro, o juiz Oscar Roberto Godói foi chamado de unha de cavalo por um dirigente paranaense. Ou seja, um árbitro duro de se lidar. É a expressão que pode ser atribuída, hoje, ao rebelde Kobe Bryant.

O ala do Lakers não quer ir ao All-Star Game, no próximo domingo, em Washington. Oficialmente, ele diz que prefere descansar, para se recuperar de uma contusão no ombro direito. Apesar da dor, na última sexta ele atuou todos os 48 minutos e marcou 44 pontos na vitória do Lakers sobre o Charlotte Hornets. E, no domingo, voltou à quadra, fez mais 26 pontos, e liderou novo triunfo, desta vez sobre o poderoso Sacramento Kings.

Bryant diz que o Jogo das Estrelas não é a coisa mais importante do mundo para ele. O jogador prefere se empenhar na recuperação física, de olho na segunda metade da temporada regular. Não só ele, mas todo o time do Lakers tem uma missão: apagar esse início de campeonato, muito diferente do último, quando a equipe faturou o título. Para se ter uma idéia: durante toda a temporada regular passada, o Lakers sofreu 15 derrotas; desta vez, já são 16.

Para os dirigentes da NBA, porém, a ausência de Bryant tem outro significado: vingança ao extremo. Desde o final de 1999, Bryant não engoliu a sua exclusão da seleção olímpica norte-americana. Ele foi preterido numa rodada final pelo arremessador Ray Allen, do Milwaukee Bucks. Mais tarde, uma nova vaga foi aberta na equipe, e Bryant disse não à NBA: como não tinha sido convocado da primeira vez, ele marcou seu casamento e resolveu seguir em frente.

Jogador-espetáculo, Bryant também era esperado para o duelo de enterradas. Mas ele já tinha tirado o corpo dessa também. Restou, assim, o All-Star Game, para o qual foi escalado pela votação popular para ser titular no time do Oeste.

A NBA sabe muito bem com quem está lidando e já faz ameaças (multa e suspensão) ao ato de rebeldia. Bryant, com seu contrato de US$ 70 milhões, não dá a mínima. Poderoso chefão da liga, David Stern já pode chamá-lo de unha de cavalo.



Redação Terra


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