Belo Horizonte - Neste início de temporada, quando os jogadores ainda estão buscando o ajuste ideal planejado pelo técnico, o papel do goleiro é de suma importância para evitar resultados adversos. É desta forma que o goleiro Velloso, do Atlético, comenta a sua destacada participação no jogo de sábado, contra o Vila Nova, em Nova Lima, pela segunda rodada do Campeonato Mineiro. As boas defesas de Velloso evitaram que o Atlético sofresse uma goleada na partida, que terminou empatada em 0 a 0. Com isso, o Atlético recebeu o Troféu 300 Anos, em comemoração ao aniversário de Nova Lima, que foi entregue ao goleiro após o jogo.
“Quando a temporada está no começo, com o clube na fase de acerto, devido à mudança de alguns jogadores, o goleiro tem que ajudar mais. É um momento em que precisa estar bem e, felizmente, fiz uma boa partida, graças ao trabalho sério que estou fazendo", analisa o goleiro, que criticou muito o estado do gramado do estádio Castor Cifuentes, considerado irregular e de pequeno porte. “Lá é sempre complicado de se jogar", observa o jogador, que aproveitou a folga de ontem para fazer compras.
Velloso concorda que a defesa atleticana, formada por Carlão, Alexandre Souza e Luís Carlos, jogou mal, permitindo a criação de vários lances de perigo do Vila Nova. “Estamos enfrentando os mesmos problemas do ano passado, com zagueiros sendo negociados e outros contundidos", ressalta o goleiro, lembrando dos casos dos argentinos Galván - que se transferiu para o Santos - e Cápria, que se contundiu durante treino, no começo de 2000, e ficou várias meses afastado, só voltando a jogar no segundo semestre.
Neste ano, a defesa atleticana já teve os desfalques de Cláudio Caçapa, que foi emprestado ao Lyon, da França, e Gilberto Silva, que novamente sofreu uma fratura por estresse na tíbia da perna direita. Além da falta de entrosamento, outro aspecto que, de acordo com Velloso, influenciou no mau desempenho atleticano foi o cansaço. “Muitos jogadores reclamaram por jogar menos de 48 horas depois da partida contra o Caxias, pela Sul-Minas, que foi muito difícil", analisa.
“Jogar com o Caxias foi complicado porque já estávamos ganhando de 3 a 0 e o adversário estava atacando. Por isso foi desgastante e é muito difícil recuperar-se rapidamente", comenta. O Atlético volta a jogar contra o mesmo Caxias, na quarta-feira, no Rio Grande do Sul. “Uma vitória praticamente nos dá a classificação para a próxima fase e vamos nos esforçar ao máximo".
Titulares
voltam no Sul
O Atlético deve ganhar pelos menos dois reforços para a partida de quarta-feira, contra o Caxias, no Sul do país, pelo returno da Copa Sul-Minas: os atacantes Guilherme e Lincoln, ausentes do jogo com o Vila Nova, no último sábado, devido a contusões musculares, devem retornar. O lateral-esquerdo Edson, no entanto, só volta ao time na próxima semana, pois se recupera de um estiramento na coxa direita.
O técnico Abel Braga começa a definir hoje a equipe que enfrenta o Caxias. Outra mudança pode acontecer na defesa, já que o zagueiro Carlão cumpriu suspensão contra o próprio time gaúcho, na última quinta-feira, em BH, e disputa uma vaga entre os titulares. O atacante Valdir, que esteve bem nos dois últimos jogos _ entrou no segundo tempo contra o Caxias e atuou todo o tempo diante do Vila _ é outra opção que o técnico terá para armar a equipe.
A seqüência de jogos do Atlético, alternando jogos pela Sul-Minas e Campeonato Mineiro, preocupa o treinador. Para ele, apesar da folga de ontem, o cansaço pode atrapalhar o rendimento da equipe mineira na partida do meio de semana. “O Caxias não está disputando o campeonato gaúcho, portanto só está atuando uma vez por semana", ponderou Abel.
Para o zagueiro Luiz Carlos Guarnieri, o grupo de jogadores precisa se preocupar apenas com o jogo em Caxias, mas admite que o desgaste físico pode atrapalhar. “Queremos a vitória, , mas acredito que fazer um jogo na quinta-feira e depois no sábado não é o correto. Os organizadores deveriam rever as tabelas".
Jogadores criticam o gramado
O empate sem gols com o Vila Nova, sábado, em Nova Lima, satisfez os jogadores do Atlético. Após a partida, a maioria dos jogadores atleticanos criticou o estado do gramado do Estádio Castor Cifuentes. Visto das arquibancadas, o campo, aparentemente, encontra-se em boas condições. O problema, porém, são as irregularidades do terreno, que dificultam, principalmente, o toque de bola e os lançamentos rasteiros.
Para o atacante Marques, o time não conseguiu repetir a mesma atuação da vitória por 3 a 0 sobre o Caxias, devido, justamente, ao gramado. “O estado do campo prejudicou não só o desempenho da gente, mas também o do Vila Nova. A parte técnica ficou prejudicada, tanto que teve chutão para todo o lado. Por isso, acho que o ponto conquistado ficou de bom tamanho para a gente".
O técnico Abel Braga era o mais revoltado com mau estado do gramado. Antes mesmo do início da partida, ele já havia alertado que a qualidade do jogo seria prejudicada. “A partida foi ruim. O condição do gramado não é uma desculpa, mas uma constatação. Pelas circunstâncias, o resultado não foi de todo mau".
Na avaliação do treinador, a partida foi equilibrada no primeiro tempo, já na segunda etapa, disse, os jogadores do Atlético cometeram um erro tático, quando os jogadores de meio-campo recuaram demais. “Em alguns momentos, acabamos sendo pressionados pelo adversário".