Rio - A perda do título sul-americano sub-20 para o Brasil
deixou o técnico da seleção argentina, José Pekerman, bastante irritado. Ao
fim da competição, no último domingo no Equador, ele levantou a suspeita de
que a equipe brasileira poderia ter jogadores com idade adulterada, os
chamados gatos.
Em entrevista ao jornal argentino "Olé", Pekerman lembrou dos casos do
atacante Sandro Hiroshi, que atuou de forma irregular no Sul-Americano
Sub-17, em 97, e do zagueiro Bell, que participou desta mesma competição
dois anos antes.
”Quem nos assegura que hoje o Brasil não tem jogadores com idade
adulterada? Nas outras vezes não houve punições”, disse o argentino.
A suspeita de Pekerman não encontrou apoio da Confederação Sul-Americana de
Futebol (Conmebol). O secretário-geral da entidade, Eduardo Deluca, prefere
não acreditar em irregularidades.
”Esta história nunca tem fim, pois sempre surgem suspeitas em diferentes
equipes que são difíceis de comprovar. É verdade que o Brasil tem jogadores
muito grandões, mas os paraguaios e os argentinos também têm alguns que
parecem jogadores de rugby.”
Apesar disso, De Luca se mostra preocupado com o número crescente de casos
de gatos no futebol mundial.
”Há algum tempo, que a Conmebol, atendendo a um pedido da Fifa, começou a
investigar. Estamos fazendo estudos médicos, como análise de mãos e dentes,
mas não chegamos a nenhuma conclusão. A suspeita sempre cai sobre os jovens
e isto me preocupa.”
A suspeita de irregularidades na Seleção Brasileira fez o técnico Carlos
César perder a paciência com a imprensa argentina.
”Não é o momento para se perguntar isto. Mas eu vou lhe dizer o que penso:
se alguém suspeita de algo, deveria denunciar. Neste momento queremos
festejar o título que ganhamos.”