Rio - Atacante que não faz gol morre de fome. O chavão, com certeza, não pode ser aplicado a Viola. Hoje, às 21h40min, contra o Santos, em Vila Belmiro, pelo Torneio Rio-São Paulo, o atacante, reverenciado pela torcida vascaína aos gritos de "Gol a toda hora", tentará quebrar o incômodo jejum de cinco meses sem balançar redes.
Ídolo do Santos, pelo,qual se consagrou como artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1998, com 21 gols, Viola diz que a Vila Belmiro lhe traz ótimas recordações. Por isso, mostra otimismo para exterminar a maldição que o atormenta desde o dia 5 de setembro, quando marcou pela última vez na partida contra o Atlético Paranaense, pela Copa JH:
”Quem sabe o gol poderá sair? O estádio me deixa muito feliz. Joguei com a camisa do Santos por um ano e dois meses e marquei 52 gols. Não é momento para desespero.”
Criticado pelo excesso de chances perdidas na vitória (1 a 0) sobre o América, sábado, pelo Campeonato Estadual, Viola garante que o importante é agradar ao técnico Joel Santana e não dar ouvidos às vaias.
”O camisa 9 é sempre o mais cobrado, mas só erra quem está lá. Quando entro em campo, quero a vitória do meu time e também agradar ao técnico”, disse Viola.
A escassez de gols, no entanto, pesa na balança do técnico Joel Santana, já que existe a briga com Euller para ser companheiro de Romário. Viola, mesmo assim, mantém uma postura tranqüila.
”O gol é conseqüência do trabalho. Estou no clube para compor o elenco e Joel é quem decide”, explicou o atacante, que detesta levar tapinha nas costas nos momentos de grandeza. “É fácil, prático, menosprezar as pessoas quando falham. E é mais fácil ser chamado de herói.”
Conhecedor profundo dos perigos de Vila Belmiro, imortalizada por Pelé, o Atleta do Século, Rei do Futebol, Viola dá a receita composta de ousadia e consideração para o Vasco conseguir a vitória e, por conseqüência, a classificação para a fase semifinal do Torneio Rio-São Paulo.
”É um jogo-chave para a nossa classificação. Precisamos respeitar o Santos, que tem um bom time e joga na sua casa”, argumentou.
O jejum, porém, parece contagioso. Neste Torneio Rio-São Paulo, nenhum atacante vascaíno conseguiu marcar gols. Euller prefere exaltar o valor de uma vitória e deixar de lado o autor do gol.
”Independentemente de quem o faça, nosso objetivo é conseguir a classificação para a fase semifinal”, declarou o Filho do Vento, feliz com sua volta rápida ao time. ‘A forma técnica me surpreendeu.”
Já no Campeonato Estadual, apenas um atacante aparece na lista de artilheiros: o desconhecido e destemido Ely Thadeu, também do Vasco