Rio - Pelé passou à ofensiva, em entrevista
concedida ao jornal "Correio Brasiliense", publicada nesta quinta-feira. O
ex-ministro de esportes elogiou a CPI do Futebol, no Senado, e criticou a
CPI do Futebol, na Câmara dos Deputados. Ele também afirmou que não pretende
se candidatar ao cargo de Presidente da República.
Pelé disse que continua apoiando Fernando Henrique Cardoso e que foi
ele quem pediu a reaproximação com Ricardo Teixeira. O Atleta do Século,
aliás, elogiou o presidente da CBF, afirmando que ele teve humildade ao lhe
pedir desculpas. No entanto, afirmou que é favorável à manutenção das duas
CPIs.
Pelé evitou falar das críticas anteriormente feitas por Ricardo
Teixeira. Preferiu dizer que o presidente da CBF deu uma entrevista digna ao
"Jornal do Brasil", na edição da última segunda-feira.
Ele justificou as pazes com Teixeira pela possibilidade de ajudar ao
futebol brasileiro. Pelé também afirmou que não está fazendo qualquer tipo
de acordo comercial com Ricardo Teixeira e a diretoria da CBF.
O ex-craque disse ainda que vai buscar votos na Europa para a
candidatura do Brasil para organizar a Copa de 2010.
Com relação às CPIs do Futebol, Pelé declarou que tem orgulho das
investigações feitas pelos senadores. No entanto, disse não entender a razão
de Aldo Rebelo, presidente da CPI do Futebol, na Câmara dos Deputados, não
ter ainda feito qualquer comentário sobre o contrato que a CBF e a Nike
fizeram, apesar de estar com este documento há oito meses.
Pelé também disse que não há razão de se averiguar a razão da
derrota na final da Copa de 1998 para a França. Segundo o ex-craque, os
franceses estão comentando que o Congresso Nacional Brasileiro quer saber
quem deveria marcar Zidane naquela partida. Apesar das críticas, Pelé
afirmou que no exterior tem defendido as duas CPIs.
Com relação às denúncias contra Eurico Miranda, presidente do Vasco,
e Eduardo José Farah, presidente da Federação Paulista de Futebol, Pelé
disse que cabe aos dois dirigentes provar que não cometeram nada de errado.
O Atleta do Século afirmou que os empresários deveriam atuar mais
como consultores. Pelé disse que a tendência é o desaparecimento dos
empresários com o fim da lei do passe, prevista para 26 do próximo mês.
Pelé, aliás, afirmou que não há motivo para se temer o fim da lei do
passe. Ele disse que a própria Fifa não reconhece mais vínculo do jogador
com o contrato assim que termina o contrato. Ele declarou ainda que a
legislação não vai segurar os jovens craques, como Ronaldinho, do Grêmio,
que interessa ao Paris Saint Germain.
O ex-craque ainda disse que o ítem sobre clube-empresa da Lei Pelé
seria importante para tornar os negócios no futebol mais transparentes.