Rio - Pelé disse, no Programa "SuperTécnico", da
Rede Bandeirantes, que os melhores jogadores brasileiros já se transferiam
para o exterior bem antes de se pensar na criação da Lei Pelé. O ex-Ministro
de Esportes afirmou que a solução para os clubes brasileiros manterem os
craques é a profissionalização.
”Os clubes têm de viver é da profissionalização do espetáculo, não
da venda dos jogadores. Tem que se seguir o exemplo dos Estados Unidos e da
Europa, onde se vende o espetáculo. As grandes emissoras, como as Redes
Globo e Bandeirantes, vendem os espetáculos, não os artistas. Acima de tudo,
tem é que organizar bem o calendário. Temos que seguir o exemplo dos Estados
Unidos com o beisebol e o basquetebol. O caminho é vender os jogos com
antecedência. Se vender carnês”, declarou Pelé.
O "Atleta do Século" disse ainda que são infundadas as acusações de
que a Lei Pelé vai desencadear a transferência da maioria dos jogadores
brasileiros para o futebol europeu.
”Quantos jogadores saíram do Brasil bem antes da Lei Pelé? Mais da
metade dos craques. Ninguém está conseguindo segurar os jogadores mesmo
controlando o passe. Eles vão continuar sendo vendidos com ou sem passe.
Para a Fifa não existe mais o passe”, afirmou Pelé.
O ex-craque declarou também que houve precipitação nas mudança da
Lei Pelé.
”O Maguito (Vilela) com uma medida provisória afastou todos os
patrocinadores. O Grêmio estava acertando a parceria; o Santos também. Os
dois acabaram perdendo. A maneira como a lei foi mudada assustou todo mundo”,
disse Pelé.
Ao ser perguntado pelo técnico da Seleção Brasileira, Emerson Leão,
por que não quis se transferir para a Europa quando atuava pelo Santos, Pelé
deu esta resposta:
”Eu não quis sair. Sormani, Nenê, Mazola e Didi foram vendidos. Eu
não tinha interesse de sair do Santos. Alguns dirigentes do Santos queriam
que eu fosse para o Real Madrid. Não aceitei, assim como não me interessei
em me transferir para a Inter de Milão.”