Santos - Geninho não admite retranca, mas não nega que a obrigação de partir para o ataque é do Botafogo. Com a tranqüilidade de quem vai decidir a classificação jogando em casa, na Vila Belmiro, o treinador garante que o Peixe não tem pressa para vencer. Mas não vai abdicar do ataque.
“O Maracanã é um campo de dimensões grandes, o que facilita para o ataque. Mas não tem porque partir para cima deles. Vamos esperar para ver o que o Botafogo vai fazer”, explicou o técnico, após comandar o recreativo de ontem no Centro de Treinamento Rei Pelé.
Apesar da calma, ele promete que a equipe vai jogar da mesma forma como vem atuando, o que rendeu ao Santos a média de 3 gols por partida. “Estou colocando na cabeça dos jogadores que nós devemos jogar sempre da mesma forma, mantendo o mesmo ritmo, tanto na Vila Belmiro quanto fora. Desde que cheguei, estou tentando implantar essa mentalidade”, explica, insinuando que o Peixe vai tentar explorar os contra-ataques proporcionados pelos cariocas.
Apesar da vontade de ganhar, os atletas também reconhecem que o time não tem pressa: quem precisa fazer o resultado jogando no Maracanã é o Botafogo. “Não existe motivo para a gente partir ao ataque desde o princípio. Mas é claro que não vamos ficar com medo de enfrentá-los. Acho que devemos continuar explorando as mesmas jogadas”, opina Léo. E quando diz "as mesmas jogadas" está insinuando lançamentos para que ele chegue à linha de fundo pelo lado esquerdo.
Fazendo um retrospecto, detecta-se que o confronto entre Santos e Botafogo não costuma reservar boa sorte a quem decide em casa. Em 95, o Peixe perdeu o título do Campeonato Brasileiro no Pacaembu. Dois anos depois, foi eliminado novamente, desta vez no Rio-São Paulo. E o troco foi dado no território do Botafogo, em 99. Consciente disso, Rodrigão não quer saber de ver o time preso à defesa.
“A equipe está obtendo resultados muito bons e vem jogando no ataque. Eu acho que nós devemos manter essa característica”, afirma Rodrigol, artilheiro do clube na temporada com 6 gols. Ele lembra também que foi assim que o Peixe derrotou o mesmo Fogão na primeira fase do Rio-São Paulo.