Belo Horizonte - Aos 87 anos, Oscarina Machado dos Santos já não se considera um peixe fora d’água. Com medo, sempre preferiu ficar longe das piscinas, mesmo quando levava os netos para as aulas de natação. Um dia, resolveu arriscar, "afinal já estava com 60 anos, tinha perdido o marido e precisava de desafios para continuar vivendo".
Passou anos aprendendo a não se afogar. Os fundamentos dos quatro estilos vieram depois, em 1994, quando Oscarina começou a competir. Entrou para a equipe master do Clube dos Oficiais na capital mineira e, desde então, coleciona 685 medalhas e dezenas de recordes.
Morando sozinha num apartamento no centro de Belo Horizonte, ela acorda cedo para não perder o treino. No clube toma café, bate papo com os amigos, faz uma leve caminhada, ginástica e nada um quilômetro. Depois toma sol e fica para o almoço. "÷Aqui passo meu tempo e me sinto mais forte. É meu plano de saúde. Tem muita mulher de 50 que está bem pior", diz a nadador, mostrando que não tem varizes nas pernas.